quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Você sabe usar o Twitter com eficiência?

A galera da Boo-Box, uma empresa de publicidade brasileira especialista em mídias sociais, divulgou alguns passos para a gente entender como usar o Twitter com mais eficiência.

Vamos lá:

1. Inclua em sua bio algumas palavras-chave sobre seus interesses, para as pessoas saberem por que devem te seguir.

2. Atenção aos horários. Às 5 da manhã é difícil alguém ler. Quando seu público está online?

3. Pense em “manchetes”. Use frases curtas mas completas, com palavras que chamem a atenção.

4. Compartilhe boas causas.

5. Use Hashtags pra ajudar os usuários a encontrar tweets relacionados. #mas #não #exagere.

6. Além de monitorar as menções da sua arroba, configure uma busca por seu nome, site etc.

7. Ter um grande número de seguidores não diz muito. Precisa impactar a audiência.

8. Faça perguntas. Estimule conversas, crie engajamento.

9. Confira seus tweets antes de publicar e veja se o link está abrindo.

10. Não há um mínimo para o número de tweets diário. Se você tuitar sobre um post novo no seu blog, é até interessante repetir em horários diferentes para atingir mais leitores.

11. Ao fazer #FF (Follow Friday), inclua um comentário explicando por que os usuários indicados são interessantes.

12. Releia os seus tweets anteriores pra saber quais posts geraram mais retorno. Procure lacunas de conteúdo ou redundâncias.

13. Facilite o compartilhamento: mantenha-se abaixo dos 120 caracteres.

14. Personalize o background do seu perfil.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Talk show com Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg

Vale pra todo mundo o convite feito pela gerente de jornalismo da CBN, Mariza Tavares.


A rádio que toca notícia. O slogan que até hoje acompanha a CBN traduz um conceito que, antes da criação da emissora, em 1º. de outubro de 1991, não existia no Brasil. Informação isenta, com espaço para a pluralidade de opiniões e a análise crítica do que está por trás dos fatos – este sempre foi e continua sendo o compromisso da CBN com seus ouvintes e internautas. Para comemorar esses 20 anos de trajetória, a CBN preparou programas e talk shows com plateia em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Brasília e em Belo Horizonte. Esta é a atração especial do Rio, na próxima segunda, dia 3. Eu ficaria muito feliz de ver você lá.

Dia 3/10, segunda, das 20h às 21h – talk show com Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, com mediação de Carolina Morand: “Um balanço dos últimos 20 anos da economia brasileira e os desafios para os próximos 20”. Os ingressos poderão ser retirados a partir das 15h na bilheteria do teatro.

Local: Teatro Oi Casa Grande – Avenida Afrânio de Mello Franco 290 (ao lado do Shopping Leblon)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Os entrevistados que ficam de fora

Você encontra um especialista muito fera na área de sua cobertura. Um acadêmico que é referência, ou um agente público importante, alguém com muita experiência prática etc.

Encontra o telefone da pessoa, explica sobre o que é a pauta e pergunta se ela pode ceder uns minutos do dia para uma entrevista.

Ela aceita, vocês marcam um horário, a conversa – principalmente em pautas mais aprofundadas – toma um belo tempo do dia dela.

No dia que você disse a ela que a reportagem seria publicada, ela compra o jornal, na expectativa de ver todas aquelas informações que te passou recheando seu texto. Na maioria das vezes, encontra apenas uma frase e sente-se frustrada. Às vezes, nem isso: ela não foi nem sequer citada.

Essa é uma das situações mais comuns em jornalismo. As fontes mais requisitadas, que conhecem melhor o processo de produção de um jornal, sabem que isso é comum e não se importam. Mas aqueles mais reservados, que falam menos com a imprensa, muitas vezes ficam chateados, achando que perderam tempo ao falar tanta coisa boa pr'aquele jornalista.

Por que acontece isso?

Primeiro, porque o espaço no jornal é muito limitado. Às vezes temos que tratar de temas espinhosos, complexos, que mais mereceriam uma tese acadêmica, e condensá-los ao máximo, da forma mais concisa possível, em 40 cm de texto (o que já é considerado um texto "grande" na Folha). Pra se ter uma ideia de como não é NADA, 40 cm equivale a 2.700 caracteres, com espaços, na medição do Word.

Segundo, porque, para fazer uma matéria realmente aprofundada, precisamos ouvir MUITA gente. Precisamos de nos cercar, para ter certeza de que não estamos falando bobagem. E aí, realmente, não cabe todo mundo – senão o texto vira um amontoado de aspas, que não tem fluidez nenhuma, não dá nenhum prazer de ler.

Por isso, quando vocês deixarem um bom entrevistado de fora, vocês podem ter a delicadeza de explicar a ele, depois, que, durante a edição do texto (na maioria das vezes nem feita por você, mas pelo redator ou editor), a informação que ele passou teve que ser cortada. Mas – o que é o mais importante –, sem aquela informação você não teria conseguido embasamento suficiente para fazer aquela matéria.

O entrevistado que fica de fora é tão importante quanto o que entra. E as informações que ele passou estão em cada entrelinha do texto.

(Ctrl C + Crtl V do blog Novo em Folha)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Sem Vergonha

Direto do blog Desilusões Perdidas

Repórter não pode ter vergonha de fuçar no dicionário quando tem dúvida. De admitir que é leigo num monte de assunto. De confessar ao entrevistado que não entendeu a resposta. De não ser um intelectual.

Não pode ter vergonha de ter medo. De errar. De pedir desculpas. De tomar furo.

Repórter não pode ter vergonha de fazer pergunta em coletiva. De soltar a voz na rádio. De meter as caras na TV. De entrar onde não foi chamado. De ligar 10 vezes pra fonte que não dá retorno.

Não pode ter vergonha de cobrir buraco na rua. De fazer notinha de rodapé.

Repórter não pode ter vergonha de chorar aumento de salário pro chefe. De implorar frilas pros amigos. De revelar pra namorada o saldo de sua conta bancária. De matar a fome na boca-livre.

Não pode ter vergonha de um dia ainda ser assessor de imprensa.

Repórter não pode ter vergonha de se emocionar na cobertura de uma tragédia. De dizer pra que time torce. De soltar um “puta que pariu” no meio da redação se estiver estressado. De carregar bloquinho e caneta até quando sai com os amigos.

Repórter não pode ter vergonha de ser repórter.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Estreia na próxima segunda: Vida de Estagiário

É hoje e amanhã! Comunicação e Democracia: As Redes e a Rua

Em 2011 fomos surpreendidos pelos eventos políticos no mundo árabe e na Espanha. No Brasil, organiza-se manifestações pela liberdade e intensos debates acontecem em torno dos direitos autorais, controle da internet e da relação do estado com a cultura. Uma dinâmica singular atravessa as redes sociotécnicas e as manifestações públicas, reconfigurando a política no contemporâneo. Novas questões e novos atores transformam antigos problemas ligados à comunicação e à democracia.
Nesses dois dias de trabalho gostaríamos de nos concentrar nessas dinâmicas.

PROGRAMAÇÃO

25 de Agosto | Quinta-feira

Mesa da Manhã:
Ivana Bentes (UFRJ), Daniel Aarão Reis (UFF), Renata Lessa (UFF)
Horário: 9h30 às 12h30
Coordenação: Isaac Pipano (UFF)

Mesa da Tarde:
Marcus Faustini (Escritor e gestor público), Pablo Capilé (Circuito Fora do Eixo),
Renato Roseno (PSOL/Ceará)
Horário: 14h30 às 17h30
Coordenação: Rodrigo Capistrano (UFF)

26 de Agosto | Sexta-feira

Mesa da Manhã:
Fernando Resende (UFF), Fernanda Bruno (UFRJ), Cezar Migliorin (UFF)
Horário: 9h30 às 12h30
Coordenação: Edinei Genaro (UFF)

Plenária – Sistematização dos Debates
Horário: 14h30 às 17h30
Sistematização dos Debates

Local: Rua Tiradentes, 148, Ingá – Niterói


Organização:
KUMÃ – Laboratório de Pesquisa e Experimentação em Imagem e Som (Rodrigo Capistrano, Isaac Pipano, Ednei Genaro)
Departamento de Cinema e Vídeo – IACS, UFF
Programa de Pós-Graduação em Comunicação – IACS, UFF
http://redeserua.blogspot.com/
https://www.facebook.com/event.php?eid=261586623859784  

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Mais sobre a pauta

Eu já falei sobre pauta em alguns posts sobre a pauta, mas vou falar de novo porque é um assunto que não se esgota. E um autor complementa o outro.

No livro A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística, Nilson Lage diz que "a denominação pauta aplica-se  duas coisas distintas:

a) ao planejamento de uma edição ou parte da edição (nas redações estruturadas por editorias_de cidade, política, economia etc.), com a listagem dos fatos a serem cobertos no noticiário e dos assuntos a serem abordados em reportagens, além de envetuais indicações logísticas e técnicas: ângulo de interesse, dimensão pretendida da matéria, recursos disponíveis para o trabalho, sugestõe de fontes etc.

b) a cada um dos itens dese planejamento, quando atribuído a um repórter. Ele dirá 'a minha pauta', quer que a tenha recebido como tarefa, quer a tenha proposto (o que é comum, particularmente com free lancers)."

Ainda para Nilson Lage, pautas de notícias devem conter:
1) o evento;
2) exigências para a cobertura (credenciais, traje etc.) e contatos para confirmação ou detalhamento da tarefa;
3) indicação de recursos e equipamentos (se comfotografia ou sem; condições para capitação de imagens);
4) o que se espera em termos de aproveitamento editorial (tamanho, duração, previsão de destaque ou urgência) e, no caso das redes de rádio e televisão, a posibilidade de emissão local, regional ou nacional: a localização dos eventos e até a identicação de algumas pessoas é feita diferentemente se a matéria é dirigida ao público de uma cidade ou se destina a um estado inteiro ou a todo país.

Se for o caso, acrescentam-se:
5) o alinhamento editorial, com dados sobre o contexto. Por exemplo, a instrução de relacionar a inauguração da fábrica com o surto de desomprego, de suscitar na entrevista coletiva tal ou qual linha de questionamento etc.;
6) a indicação de fontes subsidiárias, consultores etc.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Como foi a cobertura ao vivo no rádio do Caso Realengo

O professor de radiojornalismo da UFF, Eduardo Compan, participou do programa Notícia em Foco, da CBN. O tema foi o ataque à escola de Realengo. Durante a conversa, Compan cita vários conceitos muito úteis a nós estudantes de radiojornalismo em particular, como a vocação da rádio all news para grandes coberturas ao vivo.

Brasil vive pela primeira vez o pesadelo de um ataque como o da escola de Realengo; com os jornalistas Eduardo Compan, da Rádio CBN-Rio, Pedro Dantas, do jornal Estado de São Paulo, e Gilberto Dimenstein, colunista da Folha de São Paulo e da Rádio CBN - CBN

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Arquivo fotográfico Última Hora

Navegando pela internet encontrei esse arquivo online do jornal Última Hora, criado pelo lendário Samuel Weiner nos anos de 1950.

"O Fundo Ultima Hora, parte do acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo, é composto por 166 mil fotografias, 600 mil negativos, 2.223 ilustrações e uma coleção de edições da Ultima Hora1 do Rio de Janeiro entre os anos de 1951 e 1970, em  papel ou microfilme."

http://www.arquivoestado.sp.gov.br/uhdigital/index.php

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Lições iniciais de uma caça às pautas

(Via Novo em Folha)

Se a gente não está lendo jornal direito, é muito difícil propor uma pauta, porque não se sabe se é novidade ou se já saiu no jornal.

Pautas ancoradas em um fato recente sempre têm gancho (já que partem justamente da notícia, que passa a ser o gancho). Um exemplo: se eu propuser fazer uma lista das creches públicas em SP, ninguém vai entender por quê. Já se a idéia for listar as piscinas públicas boas, todo mundo vai saber que é por causa desse calorzinho bom que está fazendo na cidade. Isso é ter gancho.

Muita boa idéia que a gente tem é ainda uma pré-pauta. Pode até virar pauta, está no bom caminho, mas ainda exige uma pré-apuração. Por exemplo, temos a idéia de mostrar como está a briga para suceder a AIG como patrocinadora do Manchester, mas ainda é preciso saber se há mesmo uma briga.

Matérias de serviço derivadas de fato quente quase sempre emplacam como pauta, porque têm gancho e não precisam ver hipóteses comprovadas notas curtas podem render mais pauta que grandes matérias --porque ali costuma haver histórias malcontadas ou ainda não contadas dar idéias sem ter medo e palpitar livremente na idéia dos outros é sempre um bom caminho pra encontrar pautas (o velho e bom brainstorm, mas tem que ter liberdade mesmo. Se o chefe acha defeito em qualquer coisinha que a gente fala, é chato e inútil).

sábado, 2 de julho de 2011

7° Concurso Universitário do Jornalismo da CNN encerra inscrições dia 6 de julho



A sétima edição do Concurso Universitário do Jornalismo da CNN já está recebendo as inscrições dos trabalhos feitos por estudantes. Com o apoio do Canal Futura e apresentação de Guillermo Arduino, apresentador do programa World Report, o prêmio deste ano tem como pauta a "Energia Renovável".

Para participar, os interessados devem ser estudantes regularmente matriculados no curso de jornalismo. As inscrições deverão ser feitas pelo site www.concursocnn.com.br até o dia 6 de julho. As matérias em vídeo seguindo o tema deste ano poderão ter no máximo dois minutos cada e precisam ser inseridas na conta pessoal do participante nos sites YouTube ou Vimeo e a URL do vídeo público (e com a senha, no caso do vídeo protegido do site Vimeo) deverá ser inserida no campo correspondente de cada ficha de inscrição.

Serão selecionadas três matérias finalistas, que deverão ser enviadas em qualidade de melhor definição (mini-DV ou DVD) para a comissão organizadora, mediante comunicação prévia pela Turner International do Brasil e divulgada no site oficial. Como premiação, o vencedor terá seu trabalho exibido durante a programação da CNN International, além de ganhar uma viagem de três dias para conhecer a sede dos estúdios da CNN, em Atlanta, nos Estados Unidos, junto com seu professor orientador.

A instituição de jornalismo que tiver o maior número de trabalhos enviados e confirmados como válidos receberá um "kit reportagem" com 2 câmeras filmadoras Canon Vixia Hf S11 64gb, 2 rebatedores 5 Em 1 110cm, 2 microfones Shure com cabo, 1 tripé Weifeng e 2 fones de ouvido. Além disso, os professores-orientadores dos autores das três melhores matérias receberão uma placa de menção honrosa como reconhecimento pelo trabalho. O júri que avaliará os trabalhos é formado por renomados jornalistas brasileiros como Marcelo Tas (jornalista/apresentador Band), Sônia Bridi (jornalista/repórter Globo), André Trigueiro (jornalista Globo News/ Blog "Mundo Sustentável"), e Lúcia Araujo (gerente-geral do Canal Futura), além de âncoras da CNN International.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O Twitter e a barriga jornalística

Via Desilusões Perdidas

Barriga não é apenas a saliência arredondada (e ridícula) cultivada por muitos jornalistas que comem e bebem demais. Barriga é a informação falsa divulgada como verdadeira por jornalistas que não têm o cuidado de checar o que lêem ou escutam por aí. Engolem qualquer abobrinha pelo furo imediato. Um caso recente é o da Jovem Pan e a corrida de cadeiras de roda de Hebe Camargo no hospital, fato extraído de um perfil fake da apresentadora no Twitter.

É claro que a barriga jornalística existe desde o surgimento da imprensa, quando Hebe Camargo ainda promovia corrida de carrinhos de bebê na maternidade. Mas tal mancada tende a aumentar com o uso das mídias sociais como fonte de informação. Por isso, criei uma lista de frases do Twitter, de perfis falsos, que não podem ser usadas em uma matéria. Certas declarações jamais seriam dadas pelos famosos abaixo. O negócio é manter o desconfiômetro ligado.

“Admito que a cidade de São Paulo não está preparada para enfrentar as enchentes.”
Twitter do Gilberto Kassab

“Não sei o que seria da limpeza das ruas do meu bairro sem o nobre trabalho dos garis.”
Twitter do Boris Casoy

“Considero o Lula o melhor presidente que o Brasil já teve.”
Twitter do Diogo Mainardi

“Nunca comi pilhas no jantar, pois, à noite, elas são muito indigestas.”
Twitter do Rafael Ilha

“Estou muito feliz. No treino de hoje, com a nova Williams, cheguei na frente de meu companheiro de equipe.”
Twitter do Rubens Barrichello

“Desde que comecei a tomar aquele comprimidinho azul, as mulheres dizem que pareço um jovem de 18 anos.”
Twitter do Oscar Niemeyer

“Já tive mulheres de todas as cores. De várias idades, de muitos amores.”
Twitter do Richarlyson

domingo, 19 de junho de 2011

Offismo: um dos sete pecados do jornalista

Eu já comentei aqui qual é a diferença entre off-the-record e not for atribution, mas queria acrescentar algumas coisas. Lendo 'Sobre Ética e Imprensa', do Eugênio Bucci, ele classifica o "offismo" como um dos sete pecados do jornalista. Eis o por quê:

"Offismo. O off é um termo que faz parte do jargão das redações. Tem origem na expressão inglesa off the record, que designa aquilo que se diz a um jornalista 'confidencialmente', isto é, algo que se diz para não ser registrado. Há aqui uma variante sutil que merece nota. O que a fonte declara em off, rigorosamente, é algo que não deve ser publicado nem mesmo quando ela, fonte, não é mencionada na reportagem. 

Diferente disso é aquilo que a fonte declara para publicação, pedindo no entanto sigilo sobre sua identidade. No Brasil, a 'declaração em off' admite os dois significados. Em seu uso mais corrente, a expressão se refere à informação que poderá ser publicada desde que não se identifique a fonte. 

Entre nós, é verdade, o uso do off tornou-se rotina e se transformou em abuso. Com frequencia o leitor, o telespectador, ou o ouvinte não fica sabendo da origem da informação. Ele só é avisado de que 'uma alta autoridade do Ministério tal' ou 'um professor que prefere não se identificar' ou ainda 'uma fonte qualificada' disse isso ou aquilo. 

Outros recursos para o mesmo procedimento são os cacoetes de texto do tipo 'comenta-se', 'garante-se' etc. Muito comum nas colunas de notas de informação política, econômica, e de interesse geral, esse modo de informar, salvo exceções, é também um modo de desinformar. Afinal: quem diz? quem garante? quem comenta? Não se faz bom jornalismo com declarações anônimas."

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Newspaper Map

Eles logo alertam: se você tem trabalho, não clique. O Newspaper Map é uma espécia de Google Maps dos jornais pelo mundo. São mais de 10 mil diários listados e localizados no globo pelo site. É bem legal. Através dessa geografia a gente pode perceber como o jornalismo está ligado a democracia: onde há mais jornais, há mais liberdades individuais. Bem, por outro lado também podemos perceber que onde há mais dinheiro e o capitalismo mais forte, há mais jornais.




segunda-feira, 13 de junho de 2011

Outras dicas para uma radioreportagem

1) O modo mais utilizado para a montagem da reportagem é o esquema cabeça+sonora+pé ou cabeça+sonora 1+passagem+sonora 2+pé .  A fonte é anunciada logo antes da entrada da sonora. Este formato é dominante nas reportagens factuais

2) A grande reportagem, o jornalista pode fazer uma colagem de sonoras. Isso pode simbolizar um conflito de opiniões, se as vozes na colagem são discordantes, ou pode formar um painel com opiniões convergentes. A montagem deve ser clara, o ouvinte tem apenas uma chance de entender a mensagem.

3) Uma forma não usual de utilização da sonora é aquela em que a fonte é anunciada depois da sonora. Como não é usual essa “desanunciação” pode causar mais impacto ao ouvinte que as outras formas.

4) A música e os efeitos exploram a sugestão, criando imagens na mente do ouvinte.

5) Utilizar determinada música numa reportagem pode remeter a um sentimento, ou então quebrar a expectativa, surpreendendo o ouvinte.

6) A música pode trazer uma informação complementar, dizer o que não está claro no texto.

7) Nem sempre a música entra "artificialmente", pinçada do CD de um músico profissional. Há casos em que quem canta a música são os próprios personagens.

8) Desde que não prejudique a compreensão do ouvinte, o som ambiente pode enriquecer a matéria. É o que se chama de cenário sonoro: um trem chegando à estação, o alarme que anuncia o início do recreio numa escola, um tiroteio em meio a gritos de pessoas correndo são bons exemplos.

9) O repórter deve indicar alterações no volume e a função da trilha sonora. Use expressões como: sobe, o volume deve aumentar; desce, o volume deve diminuir; BG, volume da música baixo e em background, no fundo de uma fala; corta, o som deve deixar de ser transmitido.

10) Deve-se indicar no roteiro os locutores e o texto de cada um.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

7 dicas para uma radioreportagem

1) A qualidade da reportagem também depende do som. O esforço na apuração do fato pode ser inútil se a gravação ficar distorcida ou não for possível compreender o que está sendo dito.

2) Nunca deixe o gravador sobre a mesa, isso pode prejudicar a qualidade do áudio.

3) Entrevistas com problemas de áudio só devem ser levadas ao ar se o depoimento for fundamental.

4) Uma sonora pode ser "limpa" na edição. Na maioria dos casos, não há problema em cortar algumas repetições ou hesitações, a menos que a edição final fique truncada ou leve a um entendimento diferente da intenção do entrevistado. No entanto, é preciso, antes, avaliar se o silêncio e a hesitação não constituem informação. Eles podem ser úteis para demonstrar ao ouvinte que o entrevistado teve dúvidas ou precisou de alguns segundos para reflexão.

5) Ao emendar declarações cuide para que o trabalho final tenha coerência e para que não sejam alteradas idéias do entrevistado.

6) Antes de iniciar a montagem da reportagem, ouça o material gravado e selecione os trechos que serão utilizados.

7) Redija o roteiro indicando deixas inicial (D.I.) e deixas final (D.F.) e o tempo da sonora a ser utilizada.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Não deixe a notícia morrer

(via desilusõesperdidas.blogspot.com)

Um jovem jornalista tem poucas dúvidas em relação à palavra “suíte”. Ele sabe muito bem que se trata do local em que pretende abater alguma moça. Seu único dilema é decidir por uma suíte mais básica ou por uma suíte mais top, com hidromassagem e pista de dança. No jornalismo, “suíte” é algo bem diferente, é muito mais do que um quartinho de motel.

“Suíte” é o desdobramento do fato, o que acontece no dia ou nos dias seguintes à notícia. Muitas histórias começam hoje e, infelizmente, morrem logo depois, porque o jornalista não se preocupou em ir além ou não teve tempo. Ao contrário dos filmes franceses, que têm começo, têm meio, mas não têm fim, a história jornalística precisa de um desfecho.

Muitas notícias acabam numa nota ou num pronunciamento oficial. Um exemplo: policiais torturam e matam um inocente qualquer numa favela qualquer. Então o comandante do batalhão dá uma resposta qualquer à imprensa, diz que vai abrir uma sindicância interna (qualquer) para investigar os fatos. E a história acaba por aí. O jornalista não apura mais nada, nem fica sabendo se a sindicância foi realmente aberta.

Acompanhei histórias que duraram meses. Buscava elementos novos, interessantes. Algumas dessas histórias pareciam os velhos folhetins de jornal. Mas confesso que demorei um pouco para entender a verdadeira importância da suíte no jornalismo.

Quanto às suítes de motel, desde muito jovem nunca tive dúvidas. Um amigo, mais velho, me ensinou em quais ocasiões devemos optar por uma suíte básica e em quais devemos optar por uma suíte top. Tudo depende sempre, dizia ele, da beleza da moça, a famosa relação custo-benefício. Puta canalha!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Algumas dicas para reportagem de rádio

1) Antes de sair para o cumprimento de uma pauta, o repórter precisa testar o gravador. Sempre levando pilhas adicionais.

2) O repórter não pode confiar apenas em sua memória, deve anotar o que vê e ouve.

3) Um bom repórter tem grande capacidade de observação, habilidade de comunicação, sensibilidade, criatividade e uma sólida formação intelectual.

4) O repórter precisa saber o que quer contar para o ouvinte. Assim, deve saber se precisa, por exemplo, apresentar números, encontrar personagens, apresentar uma perspectiva histórica ou levantar diferentes pontos de vista sobre o assunto

5) Nem sempre será preciso utilizar números para comprovar a tese. O jornalista pode partir de algo específico, mais restrito, que pode representar bem o que se procura comprovar. Muitas vezes, mais vale um bom caso específico que uma pesquisa oficial.

6) O jornalista precisa estudar suas fontes antes da entrevista, saber com o que cada um pode contribuir para a matéria.

7) As perguntas devem ser abertas (Por quê? Como? O quê?). Assim, a sonora que você gravar terá começo, meio e fim - o raciocínio completo do entrevistado. Perguntas fechadas geram respostas lacônicas, não raro limitadas a "sim" ou "não", o que dificulta a edição.

8) O repórter deve saber o que perguntar a cada fonte, deve pesquisar seu entrevistado para não cair no óbvio durante a entrevista e torná-la mais produtiva.

9) Confira os nomes próprios, peça ao entrevistado que soletre e informe-se sobre a forma correta de pronunciar o nome.

10) O repórter deve sempre preparar antecipadamente as perguntas que irá fazer, e elas devem ser claras, diretas e curtas.

11) Permita que o entrevistado conclua o raciocínio sem interrompê-lo com interjeições, elas atrapalham na edição da entrevista.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Classificados de estágio!

A Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec) vai selecionar dois estudantes de jornalismo para estágio no setor de Comunicação em junho de 2011.

Os candidatos devem cursar do 4º ao 7º período, ter CR igual ou maior a 8,0 e disponibilidade para estagiar no turno da manhã, das 8 às 13h, ou no turno da tarde, de 13 às 18h, no Centro do Rio de Janeiro.

A Protec oferece bolsa-estágio no valor de R$ 500,00, mais vale-transporte e vale-refeição.

Entre as atividades previstas estão a seleção e edição de notícias para o site http://www.protec.org.br/, a produção de matérias e a atualização diária da página na internet.

Os interessados devem enviar currículo para luciana@protec.org.br até o dia 10 de junho, indicando o turno de sua preferência.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

7 dicas para o texto: um passo a passo para ser claro (parte 2)

Dá uma olhada nas primeiras 7 dicas para um bom texto no rádio.

1) Evite os plurais sempre que possível. O singular, se bem utilizado, dá a mesma ideia de conjunto.

2)
O texto precisa ter ritmo: use frases curtas e evite intercaladas.

3) As conjunções pois e porém devem ser evitadas por serem pouco coloquiais e não soarem bem.

4)
Lembre-se de que o texto é feito para ser falado. Expressões rebuscadas podem prejudicar o entendimento do ouvinte e criar certo artificialismo

5)
Fique atento ao efeito sonoro das rimas e palavras com a mesma terminação. Tenha, também, cuidado com cacófatos.

6)
Sempre que o número for do tipo que varia em gênero e o substantivo estiver no feminino, ele deve ser grafado por extenso.

7) Por fim, mas não menos importante, redija o roteiro indicando deixas inicial (D.I.) e deixas final (D.F.) e o tempo da sonora a ser utilizada.

Bloquinho ou gravador?

(via desilusõesperdidas.blogspot.com)

"Quando a gente fica velho, vez ou outra se pergunta como pôde ter sentido, na juventude, tanto medo idiota por coisas banais. Simplesmente porque, na ocasião, certas coisas não eram tão banais assim. Hoje, eu rio disso tudo. Talvez esta seja uma das vantagens de ficar velho: rir dos medos idiotas da juventude.

Era a tão esperada e temida véspera. Na manhã seguinte, eu, um pobre estudante de jornalismo, faria a minha primeira reportagem, para o modesto jornal da faculdade. As vésperas sempre me deixavam ansioso. Era assim desde os tempos de criança, quando eu assistia à missa do galo na tevê esperando o Natal chegar. Naquela noite, além de ansioso, eu estava tenso, com um medo danado de fazer merda. Minha mente viajava...

Não posso esquecer de pegar mais de uma caneta! Na hora H, a caneta sempre falha e a gente fica com cara de bobo. Então o entrevistado dá risada do foca atrapalhado. Isso não pode acontecer! E será que eu levo só um bloquinho de anotações ou um gravador também? Um jornalista experiente me disse, certa vez, que o bloquinho é melhor, porque faz a gente prestar mais atenção nas palavras do entrevistado, consegue captar a essência da matéria. É isso, vou levar só o bloquinho. E se eu não entender a minha letra no bloquinho? Minha caligrafia é péssima! Está decidido: vou levar o gravador. Mas peraí: será que não vou acabar dependente de uma máquina, de um gravador? Meu Deus, tenho de aprender a fazer uma letra mais decente. É, vou levar só o bloquinho. Mas, e se o entrevistado disser que eu escrevi várias mentiras, que ele não disse nada daquilo que está no texto e resolver me processar? Com o gravador, posso provar que ele disse tudo aquilo, sim! E agora?

Resolvi levar o bloquinho e o gravador. Só para garantir. A minha única (e grande) mancada foi esquecer de verificar se as pilhas estavam no gravador. Na hora H, o negócio não funcionou. O entrevistado caiu na gargalhada. Puta sacanagem com um foca atrapalhado. Então eu usei só o bloquinho. Minha letra ficou, naturalmente, horrível, mas aprendi que é bem melhor mesmo prestar atenção nas palavras, captar a tal essência."

***

No caso do rádio não temos a opção, precisamos levar o gravador. E sempre verificar se tem pilhas! O radiojornalista precisa da sonora e, claro, de "captar a tal essência".

segunda-feira, 30 de maio de 2011

7 dicas para o texto: um passo a passo para ser claro (parte 1)

1) A primeira frase precisa prender a atenção do ouvinte. O lead não pode iniciar por elementos de tempo ou lugar.

2) Pela característica atemporal, as reportagens especiais podem prescindir do lead clássico e do formato da pirâmide invertida. Nesse caso, as respostas às perguntas básicas do jornalismo surgem dispersas ao longo da reportagem. É que alguns chamam de "lead em Z".

3) É importante que o texto seja preciso, coloquial e conciso.

4) O texto deve estar na ordem direta: sujeito + verbo + predicado.

5) Evite usar verbos no futuro do presente, prefira o modo composto ou o presente do indicativo.  Por exemplo: use vai viajar ou viaja, e não viajará. É mais coloquial e próximo ao jeito que falamos no cotidiano. Use o verbo no passado quando for importante para a clareza da informação.

6) Cuidado com o uso de adjetivos. Um fato descrito como sensacional ou dramático pode não ser sensacional ou dramático para o ouvinte. Dê preferência aos verbos.

7) Para evitar repetições de nomes no texto, faça o desdobramento do conjunto cargo-nome. Porém, isto só pode ser feito quando apenas uma fonte expõe suas opiniões, e sempre com o cargo aparecendo primeiro.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O lado fofo da vida de jornalista

Estava sentado na mesa de uma bar, ontem, com outras quatro amigas também estudantes de jornalismo, e aí lembramos de um texto muito bacana, do blog Desilusões Perdidas.

Aí vai:



Mãe de jornalista é mais preocupada do que todas as outras mães preocupadas do mundo. Meu filho, se for pro morro cobrir guerra entre polícia e traficante, não esquece de levar o colete à prova de balas, tá me ouvindo? Não quero filho meu pegando bala perdida por aí. Mamãe deixou o colete arrumadinho lá na sua cama.

Mãe de jornalista não tem noção da rotina do filho. Não, mãe, eu não tô na farra. Tô no pescoção, mãe. Isso, mãe, pescoção é trabalho. Pois é, mãe, jornalista trabalha até essa hora. Então, mãe, também não vai dar pra almoçar com a senhora no domingo. Vou estar de plantão. Por favor, mãe, não chora. Mãe?

Mãe de jornalista não entende o visual desleixado do filho. Há quantos anos você usa essa calça? E esse All Star todo sujo? A barba, meu filho, faz a barba! Parece um mendigo!

Mãe de jornalista adora comparar a filha jornalista com o filho médico. Você poderia muito bem ter feito como o seu irmão, o Pedro Paulo, e seguido a profissão do seu pai. Filha, aquele consultório o seu pai construiu pra deixar pra vocês dois! Ainda dá tempo de mudar, filha! Esquece essa coisa de lutar por um mundo melhor e faz como o Pedro Paulo.

Mãe de jornalista também tem orgulho da filha. Recorta tudo que é matéria publicada no jornal. Coleciona, mostra pra família, pras amigas invejosas. Ou fica sentadinha na frente da TV, joelhos colados, mãos sobre as coxas. Não perde um instante da entrevista da filha, com não sei quem, sobre sei lá o quê. Pela tela, faz cafuné na cabeça da moça. Os olhos num aguaceiro só.

domingo, 22 de maio de 2011

Outras características da rádio all news



A programação em grade das rádios, chamada de grade generalista, tem as características de linearidade e um público heterogêneo _ que varia de acordo com o horário. Nesse tipo de programação das rádios convencionais, há uma espécie de compromisso com hora marcada para começar e terminar, conhecido lá fora como 'pegue agora ou largue para sempre', ou seja existem programas específicos dentro da programação que interessam a determinado ouvinte.

Em contrapartida, a edição em fluxo contínuo _ característica principal da programação das rádios all-news _ funciona baseado no conceito chamado clock, em que um novo noticiário, com novas informações, é transmitido a cada período de tempo: por exemplo, na Band News FM o clock é de 20 minutos (em vinte minutos tudo pode mudar); na CBN o clock é de 30 minutos.

Repare esse exemplo de clock, para entender melhor:



Outras características da rádio all-news são:  rotação, público homogêneo, enunciado sem começo nem fim, 'pegue quando quiser', a programação é basicamente a mesma durante todo o dia. No entanto, manter 24h com notícias no ar é difícil e nos leva a uma contradição. A notícia corre o risco de ser repetida em algum momento durante a programação, porque não se pode parar a transmissão. É o dilema: quantidade X qualidade.


A repetição do enunciado é um fenômeno inédito que coloca em questão um dos pilares conceituais do jornalismo, a revelação da novidade. O rádio all-news não transmite apenas news, mas também uma dose considerável de informações já sabidas, cujo valor de uso para o ouvinte caduca pela repetição. Não resta dúvida que tal caducidade, embora admitida pela expectativa de uma audição por tempo limitado, não é desejável, e que no acirramento da concorrência levará a melhor em frequência de audição uma emissora que consiga reduzí-la em relação às demais. Ocorre que o pressuposto para o perfeito funcionamento do fluxo é a abundância de produção, e a possibilidade desta abundância é limitada por razões econômicas.

Não podemos esquecer de um conceito fundamental da rádio all-news, o de utilidade instantânea e uma consequente vocação para coberturas ao vivo. A nova estratégia obedece a uma lei de mercado que caracteriza cada vez mais a oferta radiofônica com base na sua utilidade instantânea. E, assim, altera significativamente o papel do ouvinte na situação comunicativa: antes passivo diante de uma forma estabelecida pela enunciação, torna-se agora co-participante na delimitação do enunciado. As emissoras de formato all-news entendem que seu ouvinte permanece apenas por um curto período de tempo. Então, para garantir a audiência, estas rádios estão normalmente localizadas em grandes áreas urbanas.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

7 dicas para uma boa pauta

1) A pauta é o que vai guiar o jornalista ao longo da reportagem, mas não deve ser considerada imutável. A pauta pode, e deverá, sofrer modificações durante a apuração e o repórter precisa estar atento às sutilezas desse caminho imprevisto.

2) A pauta deve começar a ser pensada através de um tema que seja novo e relevante para a sociedade. Preferencialmente próximo ao público, pois isso torna a reportagem mais interessante ao ouvinte.

3) Um tema pode ser muito amplo para ser objeto de uma única reportagem. O repórter deve pensar um foco dentro deste tema. 

4) Efemérides podem ser um bom gancho para matérias frias.

5) Enquanto faz a pauta, o repórter deve imaginar que título a matéria teria se realmente fosse feita. Se estiver difícil, é porque ainda tem só um tema. 

6) O texto da pauta deve ser informativo e sucinto, com lead e sublead, sugerindo perguntas, exemplificando fontes e com o material pesquisado durante a pré-pauta em anexo.

7) para montar a pauta tente responder a três pontos: 
a_ O que eu quero contar para o leitor?
b_ Para contar isso ao leitor, que informações são necessárias? Preciso apresentar números? Quais? Preciso dar uma perspectiva histórica? Encontrar personagens? Levantar diferentes pontos de vista sobre o assunto?
c_ Quem pode me dar essas informações? Quem devo ouvir para levantá-las?


*Com ajuda do pessoal do blog Novo em Folha

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O formato all news no rádio brasileiro

Continuando as dicas sobre as características da rádio all news, deixo o link de um texto recomendado pelo professor. O autor Eduardo Meditsch é um dos principais pesquisadores do radiojornalismo brasileiro.


Eduardo Meditsch e Juliana Gobbi Betti


"Este texto analisa como o formato de programação  all-news é implantado no Brasil, seu histórico, tentativas e adaptações. Como desdobramento do processo de segmentação, intensificado nos anos 1970, e pela relevância do jornalismo no mercado radiofônico brasileiro, o formato  all-news continua a se configurar como opção para as emissoras de rádio. No entanto, a adaptação do formato à realidade brasileira tem encontrado obstáculos. O artigo discute a transição da programação em grande para o fluxo informativo contínuo e seu impacto para a transformação do jornalismo radiofônico. A pesquisa utiliza como ilustração as experiências nacionais da Rádio Jornal do Brasil, BandNews FM e CBN e internacionais da CBS, WINS e France Info. O texto traz resultados parciais de  pesquisa que faz arte de um projeto maior que investiga a Mutação e a Estabilidade dos Processos Joirnalísticos no contexto da Webemergência."

terça-feira, 17 de maio de 2011

Características da rádio all news

O professor Eduardo Compan chegou, semana passada, num ponto crucial da disciplina: a rádio all news. Para Luiz Artur Ferraretto, autor do livro Rádio: o veículo, a história e a técnica, este tipo de formato informativo pode ser dividido em três: “all-news, exclusivamente voltado à difusão de notícias; all talk, em que preponderam a opinião, a entrevista e a conversa; e talk and news, no qual há uma mescla dos anteriores”. 

A rigor, então, nossas rádios com notícias 24h podem ser definidas como sendo ‘talk and news’, e não simplesmente ‘all news’.

O modelo que chamamos de all news precisou ser ‘aculturado’ à tradição do radiojornalismo brasileiro, seja adotando maior flexibilidade da programação em relação à incorporação de subgêneros que superam a notícia clássica no caminho de um rádio informativo de maior espectro (MEDITSCH, 2001), seja quebrando a rigidez temporal dos módulos para dar entrada às transmissões ao vivo e acolher uma linguagem mais coloquial e próxima da oralidade, como tem sido feito na experiência da BandNews FM

Contexto histórico

O formato all-news aparece como uma opção para as emissoras brasileiras não só pelo histórico internacional de sucesso, mas também como um desdobramento lógico do processo de segmentação que se intensificou a partir dos anos 70 do século passado. A segmentação, que era até o momento uma tendência baseada, principalmente, na divisão entre música nas FMs e informação, serviços e esportes nas AMs (e dentro dessas, entre programação para a elite ou popular), passa a ser imperativa na sobrevivência das emissoras dos mercados mais competitivos. Sobre as características de produção, podemos afirmar que as potencialidades do meio, como a agilidade e a mobilidade são observados no modelo all-news, caracterizando a velocidade e imediatismo que diferenciam a cobertura radiofônica.

Com informações e colando das anotações do professor, amanhã outras informações sobre rádio all news.

World Press Photo 2011

A mais importante mostra de fotojornalismo - promovida por uma organização holandesa de mesmo nome - apresenta 177 fotografias divididas em singles e ensaios, nas seguintes categorias: notícias em geral, notícias em destaque, pessoas e notícias, esportes, assuntos atuais, vida cotidiana, retratos, arte e entretenimento, e natureza. A 54ª edição da exposição faz uma retrospectiva dos fatos mais marcantes de 2010, sobr as lentes objetivas de 55 fotógrafos de 23 nacionalidades.
A vencedora desta edição é da fotógrafa Jodi Bieber, da África do Sul, que fez um registro de uma afegã com o nariz cortado.


Serviço:
Caixa Cultural Rio, no Centro
De 17 mai 2011 até 19 jun 2011
ter, qua, qui, sex e sáb 10:00 até 22:00 | dom 10:00 até 21:00 
Grátis

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Jornalistas no Cinema - parte 2

Aqui no Rio o dia promete ser chuvoso e com um friozinho ótimo pra quem gosta e pode ficar em casa, curtindo preguiça. Então, nada melhor que um filmezinho... 

Já dei algumas dicas de filmes, mas claro que faltaram muitos. A nossa professora da UFF, Larissa Morais, comentou o post e lembrou outros filmes bem legais: Todos os homens do presidente não pode faltar na lista! E o filmaço O informanteO quarto poder também vale a pena.

A Laís, que também é monitora de um projeto de reportagens em rádio – o ‘Universidade no Ar’ – também palpitou: “Indicaria também ‘Obrigado por fumar’. Tem um excelente tom crítico por trás da proposta de comédia. Ótimo não só para avaliar a posição anti-ética da jornalista do filme, como também para notar o poder da argumentação utilizado pelo personagem principal”.

"A Estranha Perfeita" mostra os repórteres como anti-éticos e O diabo veste Prada os bastidores do jornalismo no mundo da moda. 

Espero mais dicas!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Classificados de estágio!

Vaga de estágio na Assessoria de Imprensa da TV Brasil
6h diárias
bolsa de R$550,00 + VT + VR de R$18 por dia
Local de trabalho: Lapa
Funções: Redação de releases para a imprensa e sinopses de programas para boletim semanal e site da TV Brasil
Interessados podem mandar currículo pra mim: maryanacoutinho@hotmail.com

***

A Contexto Assessoria está com uma vaga para estágio em jornalismo.
R$ 545 + VT
As atividades são clipping dos clientes e gerenciar mídias sociais (o facebook e twitter da Contexto e de mais um cliente). Portanto, é fundamental que a pessoa goste e conheça sobre mídias sociais, seja criativa para elaborar os posts e ter um português excelente.
Na Barra da TijucaCarga Horária: 4h (segunda a sexta)Bolsa: R$ 545,00Benefícios: Vale Transporte
E-mail para envio de currículos: margarida@contextoassessoria.com.br

***

Empresa de Seguros procura estagiário de jornalismo
Pré-requisitos:
Cursando em Jornalismo à noite, a partir do 5º
Conhecimentos de informática (Pacote Office)
Ter noções de assessoria de imprensa e comunicação interna
Carga horária: 6 horas/diaRemuneração: R$ 1071,00 + R$ 83,00 de Auxílio Transporte = R$ 1154,00
Local de Trabalho: Tijuca
CV para segurosrecrutamento@gmail.com
Assunto: Estágio JORNALISMO

***

Marketing Coquetel
Quer estagiário cursando a partir do 4º período, de Com. Social, Marketing:
Requisitos:
inglês fluente;
domínio do pacote office.
O que dizem que você vai fazer lá:
Manter as prateleiras das estantes (departamento e show romm) sempre atualizadas com as revistas COQUETEL;
Relatório mensal de marketing;
Tarefas administrativas, envio de produtos para clientes;
Acompanhamento de envio de revistas mensais aos clientes / parceiros.
Salários e Benefícios:
R$ 760,00
Refeição no local, Plano de saúde, Plano odontológico e Seguro de vida
Currículo com o título da vaga Estágio Comunicação Social - Coquetel no campo assunto do e-mail: vagasrh26@yahoo.com.br

segunda-feira, 9 de maio de 2011

7 dicas pra ajudar na hora da entrevista

Tem gente que diz que a entrevista é a chave para a boa reportagem. Na semana passada discutimos a entrevista, com base no livro ‘Manual de Radiojornalismo’. Nele Heródoto Barbeiro é categórico: “Boas entrevistas são as que revelam novos conhecimentos, esclarecem fatos e marcam opiniões”.

Como sempre, o repórter precisa se informar antes da entrevista, “repórter desinformado dificilmente escapa de ser manipulado pela fonte”. E também, como diz Juca kfouri, há uma espécie de disputa entre entrevistado e entrevistador: quanto mais o jornalista sabe da fonte, parece que mais ele quer falar sobre si _ pra demonstrar que da vida dele quem sabe mais é ele próprio.

7 dicas pra ajudar na hora da entrevista

1) A pergunta deve ser objetiva, sempre tentando se colocar no lugar do ouvinte: o que é considerado mais importante sobre o assunto? O que o ouvinte perguntaria ou gostaria de saber?

2) Preste atenção na resposta, ela pode levar a outras perguntas. Ou mais: “uma resposta pode levar o assunto para um tema mais importante que o preestabelecido”.

3) Pergunte ao entrevistado, antes do bate-papo, o jeito certo de dizer o nome dele.

4) “Não interrompa o entrevistado sem que ele conclua o pensamento”.

5) “O entrevistado não deve ser enganado sobre o tema da entrevista”. E também lembre-se: “ entrevista não é linchamento. O entrevistado tem o direito legal e ético de não responder a determinada pergunta e até mesmo de não dar entrevista”. Para Ricardo Kotscho, a gente nunca deve ir com idéia já feita sobre a entrevista.

6) “Não se podem aceitar perguntas previamente apresentadas pelo entrevistado ou por sua assessoria de imprensa”.

7) Leia jornais todos os dias. Aliás, leia o máximo que puder todos os dias. Fica muito mais fácil falar sobre o que você conhece.

sábado, 7 de maio de 2011

Jornalistas no Facebook

As mídias sociais surgiram como sites de relacionamento, mas se tornaram também grandes fonte e canal de notícias para jornalistas do mundo todo. 

Prova indiscutível foram as recentes revoltas no mundo árabe, quando milhões de pessoas sairam às ruas em vários países do norte da África e Oriente Médio para protestar contra governos autoritários. As mobilizações foram organizadas com ajuda do Facebook, Twitter e mensagens enviadas por celulares.

Da mesma forma, a imprensa internacional acompanhou o andar dos eventos através destes novos meios digitais de comunicação. No começo do ano, manifestantes egípcios, por exemplo, criaram grupos nas redes sociais para divulgar vídeos e informações sobre os protestos e as respostas violentas do governo.

Com mais de 500 milhões de usuários no planeta, o Facebook foi a principal escolha de canal de comunicação dos manifestantes. O site é considerado hoje uma das ferramentas de mídia social mais poderosa no mundo.

Foi tema de filme ("A Rede Social"), indicado ao Oscar de 2011, e tem valor de mercado estimado em US$ 50 bilhões. É a terceira maior empresa da internet, atrás só do Google e da Amazon.

Agora, o potencial multiplicador do site pode ser explorado em dobro por jornalistas. A página "Journalists on Facebook" (Jornalistas no Facebook) permite criar páginas próprias para serem atualizadas com conteúdos como textos, vídeos, fotos e links.

Uma espécie de blog no Facebook. Com a vantagem de você poder compartilhar todo este conteúdo diretamente com seus amigos também cadastrados no Facebook, além de atrair fãs e novos leitores a partir da sua rede de contatos.

Dá para postar a cobertura de eventos, viagens ou investigações jornalísticas. Uma boa opção para jovens repórteres treinarem redação, edição e publicação online de matérias e jornalistas escreverem de forma independente sobre os temas que lhe interessam e em contato direto com o público, que pode enviar críticas e sugestões sobre as reportagens.


(Copiado do blog Novo em Folha)

Souza Cruz tem inscrições abertas para estágio

A empresa Souza Cruz está com as inscrições abertas para estudantes interessados em participar de seu Programa de Estágio. As vagas são para alunos dos cursos de Comunicação Social (Marketing, Jornalismo e Relações Públicas) com previsão de formatura para julho/2013.
As inscrições vão até 29 de maio.
Mais informações* e cadastro de currículo no sitewww.souzacruz.com.br.

*(Obs.: no rádio não é recomendável usar 'mais', como neste caso. Prefira o termo outras informações: o 'mais' pode ser confundido com 'más', de informações ruins).

quinta-feira, 5 de maio de 2011

7 dicas pra ajudar na locução

A gente tem feito muitos exercícios para perder o medo do microfone. O radiojornalista precisa ser natural ao ler o texto e se virar muito bem no improviso, porque frequentemente vamos entrar no ar ao vivo e sem tempo pra fazer um texto antes.

Vou dar algumas dicas pra melhorar a locução, que o professor falou na aula:

1) Reforce as palavras-chave: por exemplo o não, se o ouvinte passa batido pelo 'não' ele entende justamente o oposto.

2) Conheça o texto, leia-o antes de entrar no ar (sempre que possível).

3) Leia o texto em voz alta antes de gravar, assim você será capaz de identificar as partes mais complicadas pra locução.

4) Sublinhe as palavras-chave, aquelas que você não pode passar batido ou de pronúncia difícil.

5) Marque bons pontos de pausa, onde você vai respirar ou para facilitar a pronúncia de pequenos trava-língua no meio do texto. Use barrinhas pra isso.

6) Evite frases intercaladas.

7) Leia jornais todos os dias. Aliás, leia o máximo que puder todos os dias. Fica muito mais fácil falar sobre o que você conhece.

Vou tentar mostrar o resultado dos nossos exercícios aqui.

Ah, tem mais dicas de locução num post anterior: é tudo improviso. Dá uma olhadinha lá.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Grandes obras da literatura sobre o jornalismo

Em busca do feriado perdido – Marcel Proust
Memória de minhas pautas tristes – Gabriel García Márquez
O processo (por calúnia, injúria e difamação) – Franz Kafka
A insustentável pobreza do ser – Milan Kundera
A vida de jornalista como ela é – Nelson Rodrigues
Textos de gaveta mofados – Caio Fernando Abreu
Editorial sujo – Ferreira Gullar
O encontro desmarcado – Fernando Sabino
Admirável emprego novo – Aldous Huxley
Crime e sensacionalismo – Fiódor Dostoiévski
O tempo e o fechamento – Erico Veríssimo
Histórias de anonimatos e de famas – Julio Cortázar
A profissão do desassossego – Fernando Pessoa

(Via Desilusões Perdidas)

domingo, 1 de maio de 2011

O que é teaser no radiojornalismo?

O conceito de teaser, essa palavrinha que tem origem na publicidade, pode variar de rádio pra rádio, de região para região. No entanto, existem basicamente dois tipos de teaser: manchete e destaque. O formato também muda de meio para meio.

No rádio, o âncora usa o teaser na abertura do programa, chama o repórter e cada um diz o que vai cobrir, ou o que está cobrindo. É uma espécie de marcação de território. Bem no estilo da escalada do Jornal Nacional: aquela tabelinha em que Willian Bonner e Fátima Bernardes se alternam dando manchetes. Esse é o estilo manchetado. Aqui o teaser utiliza, geralmente, apenas uma única frase. O texto manchetado tem o verbo no presente e, como no jornal impresso, suprime os artigos.

No teaser destaque _ sempre lembrando que os conceitos se confundem um pouco _ o texto vai usar duas frases em vez de uma: a primeira uma manchete e a segunda um texto corrido, sem as regras do presente e podendo usar artigos. A leitura também possui um ritmo diferente, mais acelerado e em vez de terminar concluindo acaba para cima. 

Alguns programas de rádio, como o Jornal da CBN, abrem o programa com um estilo de teaser um pouco mais longo. O âncora apresenta as principais reportagens do jornal, fazendo resumos das matérias de três ou quatro matérias e um trecho da sonora.

Resumindo, o objetivo do teaser é chamar a atenção do ouvinte, ou, na tradução literal do inglês, provocá-lo, para que ele, interessado no assunto, continue sintonizando a emissora.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O que é notícia?

Pode parecer simples, mas a verdade é que o conceito de notícia tem muitos detalhes. Primeiro podemos dizer que a notícia é uma informação comunicada a alguém. Ou seja, a notícia é o relato de um fato _ se o fato não é relatado não é notícia.

Porém, pra ser notícia, esse relato de fatos deve ser de interesse e importante para a comunidade. E, segundo o professor José Luís Albertos, a notícia precisa também ser inédita: “a notícia é um fato verdadeiro, inédito e de interesse geral”, escreve Albertos.

Em resumo, uma notícia deve reunir interesse, importância, novidade e, claro, veracidade.

Para Nilson Lage, em Ideologia e técnica da notícia, “podemos definir notícia como o relato de uma série de fatos a partir do fato mais importante”. Começar pelo fato mais importante é o imperativo do lide. O professor complementa: “permitimo-nos encarar a notícia como algo que se constitui de dois componentes básicos: a) uma organização relativamente estável, ou componente lógico, e b) o componente ideológico”.

Portanto, para um fato virar notícia precisamos de duas coisas: a objetividade/subjetividade de quem seleciona. E o universo jornalístico disponível naquele momento _ um fato pode merecer maior ou menor destaque em função de outros fatos que ocorram no mesmo período. Em dias de ‘noticiário fraco’, com dificuldade de preencher com notícias relevantes, fatos que normalmente não são noticiados ganham destaque.

A definição do que é notícia também passa pelo perfil do seu público, por valores que dependem da linha editorial do filão que a rádio quer explorar. Definições existem muitas...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) está com inscrições abertas para o 6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. Jornalismo Online é o foco do encontro este ano, que acontece nos dias 30 de junho, 1º e 2 de julho, em São Paulo. ]


Desde 2005, a Abraji organiza anualmente o evento, reunindo jornalistas, estudantes e professores de jornalismo. Entre os palestrantes deste ano estão jornalistas brasileiros tarimbados e mais de dez convidados internacionais.

A sexta edição do evento terá palestras e workshops, sobre crime organizado, política, megaeventos esportivos, fundamentos da reportagem, técnicas de RAC (Reportagem com Auxílio do Computador) e outros temas.

Pela internet, cada participante escolhe os painéis em que estará presente e monta sua grade no ato de inscrição. Empresas que querem enviar grupos de pessoas para participar devem entrar em contato pelo e-mail financeiro@abraji.org.br.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Outras características do rádio

Já disse aqui que o rádio é, entre os meios de comunicação de massa, o mais popular e o de maior alcance. Não só no Brasil como em todo o mundo. Pelo rádio, populações que não tem acesso a informação, seja por motivos geográficos, econômicos ou culturais, recebem notícias pelo rádio.

"Este status foi alcançado por dois fatores congregados: o primeiro, de natureza fisio-psicológica _ o fato de o homem ter a capacidade de reter a mensagem falada e sonora simultaneamente com a execução de outra atividade que não a especificamente receptiva; o outro, de natureza tecnológica _ a descoberta do transistor", palavras de Luiz Beltrão, em Jornalismo pela televisão e pelo rádio: perspectivas.

Outra característica que o torna popular, é o fato de não ser preciso que o ouvinte seja alfabetizado. O rádio também tem uma presença de regionalismo: "tendo menor complexidade tecnológica, permite a existência de emissoras locais", segundo Gisela Ortriwano.

Através do rádio, os fatos também podem ser transmitidos no mesmo momento que acontecem e a mensagem precisa ser recebida no instante que é transmitida. São os conceitos de imediatismo e instantaneidade, explicados por Gisela. É por isso que o rádio é o veículo de informação preferencial de setores letrados da população: graças a rapidez na transmissão e ao imediatismo.

Veja também: Rádio: uma mídia pra todos

sábado, 23 de abril de 2011

Pergunte o que precisa ser perguntado

Um dos mandamentos do repórter é: pergunte até a resposta parecer convincente e clara. Mas para isso o jornalista não precisa nem ser grosso ou brigar com o entrevistado. O professor, semana passada, deu um exemplo de como isso pode ser feito com classe.

Durante o famoso programa de entrevistas da BBC, o Newsnight, comandado por Jeremy Paxman, o então secretário de trabalho do governo de Margaret Thatcher, Michael Howard, foi perguntado nada menos que 12 vezes sobre o mesmo assunto _ até o entrevistador Paxman se sentir satisfeito com a resposta.

Veja:


terça-feira, 19 de abril de 2011

Rádio: uma mídia pra todos

O rádio “alcança 96% do território nacional, a maior cobertura entre todos os meios de comunicação do país, com público aproximado de 90 milhões de ouvintes. A televisão, vedete do meio, está presente em pouco mais de 87% do país. E não mais do que 60 milhões de telespectadores.”

Não podemos tratar um veículo com tamanha penetração como um patinho feio. O rádio é a melhor forma se você quiser atingir a maioria dos brasileiros, como fez a Coca Cola, em 2001, quando lançou uma campanha publicitária para comemorar 60 anos no Brasil.

Fazer rádio é cada vez mais barato. Aliás, o baixo custo de produção permite que exista mais de 3.600 estações em nosso território. O preço da aparelhagem e do equipamento de transmissão é relativamente barato: o meio de transmissão pode ser até um celular! Se possuir mais dinheiro sua rádio pode adquirir uma linha GSM e carros com retransmissores.

Com a Internet ficou ainda mais fácil: na grande rede sua rádio não requer nem licença do estado. E você pode fazer de casa, com equipamentos simples, que qualquer um pode ter em casa.

Por isso, não duvide: “o rádio é a mídia do futuro”, Alberto Dines, jornalista, em 2004.

Com informações de Milton Jung, autor do livro Jornalismo de Rádio (Ed. Contexto)

domingo, 17 de abril de 2011

Uerj atualiza jornalistas para cobertura de eventos esportivos

Com a proximidade da Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e das Olimpíadas de 2016, é cada vez maior o interesse em torno da cobertura jornalística de eventos esportivos.

Pensando nisso a Uerj promove o curso Jornalismo Esportivo: Teoria e Prática.

Voltado para estudantes e profissionais de jornalismo, e ministrado pelos professores Ronaldo Helal, Doutor em Sociologia pela New York University, e Marcelo Barreto, especializado pela The Michigan Journalism Fellowship Program - The University of Michigan / EUA e apresentador do SporTV, o curso será realizado de 02 a 20 de maio de 2011, às segundas-feiras, das 18h30 às 21h30.


O valor é de duas parcelas de R$ 275,00.
As inscrições devem ser feitas pela internet, no site do Cepuerj www.cepuerj.uerj.br, até o dia 27 de abril. Mais informações, envie um e-mail para cepuerj@uerj.br ou telefone (21) 2334-0639.

(Via Assessoria de Imprensa Centro de Produção da Uerj)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A dor da gente não sai no jornal

Fernando Molica

Rio - Nós, jornalistas, adoramos falar mal da nossa profissão. Reclamamos da tensão, da carga horária, dos salários, dos plantões, dos prazos. É quase impossível encontrar, num grupo de três ou quatro jornalistas, uns cinco ou seis que não estejam reclamando da vida e do trabalho (o nível de queixa chega a ultrapassar a lógica matemática). Talvez por cobrarmos tanto de tanta gente — governantes, policiais, empresários, lideranças sindicais — não conseguimos ficar sem nos queixarmos da vida que decidimos ter.

Mas a profissão tem suas vantagens. Desfrutamos de uma singular proximidade com os fatos. Bombeiros trabalham em incêndios; policiais, em locais de crimes; atores em teatros; jogadores de futebol em estádios. Nós trabalhamos em incêndios, locais de crimes, teatros, estádios, enterros, Sambódromo, Congresso Nacional, igrejas, sets de filmes pornográficos.

Essa característica acaba tornando nossa casca mais grossa. Na hora do trabalho, tendemos a não chorar em velórios, aprendemos a não comemorar gols de nossos times, a não xingar quem merece ser xingado. A necessidade de concluir nossas matérias acaba se impondo diante de alegrias e tragédias. Esta imposição nos dá um certo sentido de urgência e de utilidade. Na quinta-feira passada, diante da chacina na Escola Tasso da Silveira, cada um de nós tinha algo a fazer. Correr para o jornal, ir para Realengo, telefonar para policiais, para governantes, para entidades da sociedade civil.

Na correria, demonstramos evidente insensibilidade. Entramos onde não deveríamos entrar, falamos alto, importunamos parentes de vítimas. A preocupação com a busca de uma informação exclusiva chega a ocupar, por alguns longos momentos, o lugar da tristeza. Vigiamos sites de concorrentes, vibramos quando os superamos, esticamos o horário do fechamento. É como, se, de alguma forma, tivéssemos necessidade de retardar o momento de dar como concluído o nosso trabalho. Talvez porque, na hora em que o jornal começa a rodar, fiquemos novamente desprotegidos, expostos à barbárie como qualquer outro cidadão. Reunidos já na madrugada de sexta, sentados em torno de uma mesa de bar, sabíamos que não seria fácil dormir: havíamos acabado de perder nossa armadura profissional, o peso da tragédia se impunha sobre todos. Ter algo a fazer é essencial na hora em que tudo parece perder o sentido. Naquele dia terrível, fazer jornal nos ajudou a não sucumbir.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Respostas essenciais para o radiojornalismo

Leia as perguntas abaixo e guarde as respostas, repetindo como um mantra:

1) No rádio, quando as notícias são consumidas?
R.: Imediatamente, e serão melhores se tiverem utilidade instântanea. A procura e obtenção das informações é um processo contínuo.

2) Em que momento um programa para de ser produzido e editado?
R.: Quando sai do ar. É o que chamamos de edição em fluxo contínuo.

3) O que estabelece a ligação entre a emissora e a região para a qual ela transmite?
R.: As notícias locais. Por isso o jornalismo é um elemnto chave no relacionamento das emissoras de rádio com seu público.

***

Como você faria a cobertura de uma importante entrevista coletiva? 
Aqui não há uma resposta objetiva, espero que vocês comentem como fariam, mas eu vou dar umas dicas.

Primeiro, antes da coletiva propriamente dita, entre com informações gerais, explicando do que se trata o evento, dando as informações mais relevantes do release. Fazer isso significa marcar território, você estará dizendo ao ouvinte que sua emissora está atenta e vai, em breve, dar outras informações. Se a entrevista não for previamente marcada esqueça este ponto.

É também importante identificar se a coletiva é relevante o suficiente para transmissão ao vivo. Caso a gerência escolha pela transmissão ao vivo, é bom o repórter fazer uma introdução, identificando quem fala. Lembre-se que o rádio não tem imagem, e precisamos deixar claro quem fala.

Procure entrar no ar de tempos em tempos, informando o ouvinte sobre o que acontece na entrevista coletiva. Não hesite: informação importante transmita sempre, o mais rápido possível!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A informação no rádio

Ontem o professor propôs uma atividade prática aos alunos: redigir ou uma reportagem para rádio, ou um boletim, ou um flash, ou uma edição extraordinária _ pra ser entregue na próxima aula. Além dessas, existem outras formas de classificar as transmissões informativas.

Mas, afinal, o que significa cada um desses conceitos?

Seguindo a ordem da autora Gisela Ortriwano, vamos começar pelo flash.

Flash
O flash ‘é um acontecimento importante que deve ser divulgado imediatamente em função de sua oportunidade. Esse tipo de entrada, por definição, se dá ao vivo’. Para um flash bem feito, o repórter precisa indicar marcas de tempo e espaço. Por exemplo: aqui, neste momento acontece, há pouco, hoje, amanhã.... Tanto melhor será o flash, quanto mais o repórter se aproveitar do imediatismo do rádio.

Edição extraordinária
Segundo Gisela, a ‘edição extraordinária também se refere a acontecimentos importantes, cuja divulgação é oportuna, interrompendo qualquer programa’ _ a notícia não pode esperar o próximo horário. É este o ponto mais importante do chamado breaking news. Na edição extraordinária a informação dada costuma ser preliminar, o repórter ainda não tem muitas informações. É a mesma lógica usada pela agência de notícias: o jornalista divulga a informação mais importante primeiro e vai apurando.

No livro Jornalismo de Rádio, Milton Jung, apresentador do jornal da CBN, dá um ótimo exemplo do que é uma edição extraordinária (ou plantão).

São 9 horas e 56 minutos.Um avião bateu nas torres do World Trade Center, há poucos instantes, em Nova York. O prédio está pegando fogo. De acordo com informações de uma testemunha ocular, teria sido um Boeing 737, mas esta informação ainda não foi, oficialmente, confirmada. Daqui a pouco, traremos outras informações sobre este acidente: um avião bate em uma das torres do World Trade Center, em Nova York.

Boletim
O boletim, também chamado de síntese noticiosa, é um ‘noticiário apresentado com horário e duração determinados, com característica musical de abertura e encerramento, texto elaborado e montagem dos assuntos a serem tratados, que podem abranger tanto o noticiário local como nacional e internacional.’ Nada melhor que um exemplo pra gente entender melhor o que é:


Existem outras formas de classificar as transmissões informativas, segundo Gisela:
Especial: programa que analisa um determinado assunto, seja por sua grande importância e atualidade, seja por seu interesse histórico. Pressupõe pesquisa aprofundada sobre o tema.
Jornal (alguns chamam de radiojornal): é o tradicional ‘jornal falado’ das emissoras, que tem por função cobrir o último período informativo entre uma emissão da espécie e outra.
Informativo especial: informações sobre fatos de um mesmo campo de atividade, em que apenas interessam as notícias referentes àquele setor. O caso mais comum é o dos noticiários esportivos.

domingo, 10 de abril de 2011

Orientações gerais para um repórter

Ano passado eu fiz um guia com dicas pra repórteres iniciantes, estudantes de radiojornalismo como eu -inclusive esse trabalho deu origem a este blog.

 Agora eu vou destacar umas orientações gerais, pra gente não se perder quando sai em busca de resposta pra nossa pauta.

Orientações para um repórter
1) Antes de sair para o cumprimento de uma pauta, o repórter precisa testar o gravador. Sempre levando pilhas adicionais.
2) O repórter não pode confiar apenas em sua memória, deve anotar o que vê e ouve.
3) Um bom repórter tem grande capacidade de observação, habilidade de comunicação, sensibilidade, criatividade e uma sólida formação intelectual.
4) O repórter precisa saber o que quer contar para o ouvinte. Assim, deve saber se precisa, por exemplo, apresentar números, encontrar personagens, apresentar uma perspectiva histórica ou levantar diferentes pontos de vista sobre o assunto
5) Nem sempre será preciso utilizar números para comprovar a tese. O jornalista pode partir de algo específico, mais restrito, que pode representar bem o que se procura comprovar. Muitas vezes, mais vale um bom caso específico que uma pesquisa oficial. 
6) O jornalista precisa estudar suas fontes antes da entrevista, saber com o que cada um pode contribuir para a matéria. 
7) As perguntas devem ser abertas (Por quê? Como? O quê?). Assim, a sonora que você gravar terá começo, meio e fim - o raciocínio completo do entrevistado. Perguntas fechadas geram respostas lacônicas, não raro limitadas a "sim" ou "não", o que dificulta a edição.
8) O repórter deve saber o que perguntar a cada fonte, deve pesquisar seu entrevistado para não cair no óbvio durante a entrevista e torná-la mais produtiva.
9) Confira os nomes próprios, peça ao entrevistado que soletre e informe-se sobre a forma correta de pronunciar o nome.
10) O repórter deve sempre preparar antecipadamente as perguntas que irá fazer, e elas devem ser claras, diretas e curtas.
11) O bom repórter não se limita ao roteiro original. As respostas devem suscitar novas perguntas, e o repórter precisa estar atento para pedir que o entrevistado esclareça dúvidas, dê exemplos ou explique melhor suas declarações. Caso ele fuja da pergunta, o repórter deve refazê-la. E se ele se ofender, não adianta bater boca. Basta fazer uma nova pergunta.
12) Permita que o entrevistado conclua o raciocínio sem interrompê-lo com interjeições, elas atrapalham na edição da entrevista.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Dicas de português: os usos da vírgula.

O professor Dílson Catarino escreveu um artigo especial para o Fovest Online desvendando um dos maiores mistérios da língua portuguesa: o uso da vírgula.

Esse é um dos maiores problemas dos escritores em geral, sejam jornalistas, estudantes, professores, ou seja, qualquer cidadão, ao escrever um texto, depara com a dúvida: devo ou não pôr vírgula em tal parte do texto?


Ah, não é só o repórter do impresso que precisa saber usar bem essa pontuação. O de rádio também precisa! Não é só porque o texto do radiojornalista não vai ser lido pelo público que ele pode se dar ao luxo de cometer certos erros.

A boa pontuação concorre para a boa locução, principalmente nos casos em que um texto é redigido por um profissional e lido por outro.


#ficadica

terça-feira, 5 de abril de 2011

Repórteres do Grupo Folha são demitidos por uso indevido do Twitter

Na última quarta-feira, após o anúncio da morte do ex-vice-presidente José Alencar, dois repórteres do Grupo Folha travaram um diálogo no Twitter que lhes custaram o emprego:

Repórter do Agora SP, Carol Rocha (@CarolinaRocha)

Editor-assistente de política da Folha, Alec Duarte (@alecduarte)


(O erro gravíssimo a que se refere Alec Duarte é a publicação da morte do ex-senador Romeu Tuma, que embora estivesse hospitalizado ainda não tinha morrido.)

Além de revelar o que todo mundo já sabia, mas ninguém gosta de falar _que há obituários prontos na redação muito antes da morte da personalidade_ a conversa levantou outra discussão.

Os perfis dos jornalistas nas redes sociais, como o Twitter ou Facebook, podem ser consideradas apenas pessoais? Eles podem publicar em suas contas o que quiserem?

Para a Ombudsman da Folha de S. Paulo, Suzana Singer, não: 
"Jornalista não pode declarar voto político, xingar artistas, amaldiçoar o time de futebol rival, bater boca com leitores, expressar preconceito nem tentar obter vantagem pessoal. É muito limitante, mas o repórter precisa considerar que amanhã poderá ser cobrado por uma opinião 'inocente'", comentou a ombudsman em sua coluna nesse domingo. Singer ainda completou: "O repórter é seguido, curtido, recomendado, também como um representante do lugar em que trabalha".

A chefia de reportagem da Folha já havia comunicado, em 2009, que os repórteres do jornal deveriam seguir o projeto editorial também em seus perfis sociais. Isso significa que não devem ser revelados na rede os bastidores da redação, os offs, as reportagens exclusivas em apuração, as fontes... Outros veículos chegaram a proibir o uso do Twitter, para evitar constrangimentos.

Veja aqui alguns tuítes que derrubaram jornalistas.

Em contrapartida, restringir o uso das redes sociais aos repórteres significa censura à liberdade de expressão?

A jornalista demitida Carol Rocha pensa que sim:
"Um jornal que zela tanto pela liberdade de expressão, que diz não admitir qualquer tipo de censura, praticar a mesma censura contra seus funcionários é hipocrisia. Me lembro que o manual de redação diz alguma coisa como 'somos abertos a críticas'. Sério? Não conheço ninguém que tenha criticado a Folha e não tenha sofrido represália", publicou a jornalista em seu blog pessoal.

Mas, e você, o que acha? É legítimo a orientação por parte das chefia ou o repórter do veículo pode usar como bem entender o seu perfil na rede social?