quinta-feira, 28 de abril de 2011

O que é notícia?

Pode parecer simples, mas a verdade é que o conceito de notícia tem muitos detalhes. Primeiro podemos dizer que a notícia é uma informação comunicada a alguém. Ou seja, a notícia é o relato de um fato _ se o fato não é relatado não é notícia.

Porém, pra ser notícia, esse relato de fatos deve ser de interesse e importante para a comunidade. E, segundo o professor José Luís Albertos, a notícia precisa também ser inédita: “a notícia é um fato verdadeiro, inédito e de interesse geral”, escreve Albertos.

Em resumo, uma notícia deve reunir interesse, importância, novidade e, claro, veracidade.

Para Nilson Lage, em Ideologia e técnica da notícia, “podemos definir notícia como o relato de uma série de fatos a partir do fato mais importante”. Começar pelo fato mais importante é o imperativo do lide. O professor complementa: “permitimo-nos encarar a notícia como algo que se constitui de dois componentes básicos: a) uma organização relativamente estável, ou componente lógico, e b) o componente ideológico”.

Portanto, para um fato virar notícia precisamos de duas coisas: a objetividade/subjetividade de quem seleciona. E o universo jornalístico disponível naquele momento _ um fato pode merecer maior ou menor destaque em função de outros fatos que ocorram no mesmo período. Em dias de ‘noticiário fraco’, com dificuldade de preencher com notícias relevantes, fatos que normalmente não são noticiados ganham destaque.

A definição do que é notícia também passa pelo perfil do seu público, por valores que dependem da linha editorial do filão que a rádio quer explorar. Definições existem muitas...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) está com inscrições abertas para o 6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. Jornalismo Online é o foco do encontro este ano, que acontece nos dias 30 de junho, 1º e 2 de julho, em São Paulo. ]


Desde 2005, a Abraji organiza anualmente o evento, reunindo jornalistas, estudantes e professores de jornalismo. Entre os palestrantes deste ano estão jornalistas brasileiros tarimbados e mais de dez convidados internacionais.

A sexta edição do evento terá palestras e workshops, sobre crime organizado, política, megaeventos esportivos, fundamentos da reportagem, técnicas de RAC (Reportagem com Auxílio do Computador) e outros temas.

Pela internet, cada participante escolhe os painéis em que estará presente e monta sua grade no ato de inscrição. Empresas que querem enviar grupos de pessoas para participar devem entrar em contato pelo e-mail financeiro@abraji.org.br.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Outras características do rádio

Já disse aqui que o rádio é, entre os meios de comunicação de massa, o mais popular e o de maior alcance. Não só no Brasil como em todo o mundo. Pelo rádio, populações que não tem acesso a informação, seja por motivos geográficos, econômicos ou culturais, recebem notícias pelo rádio.

"Este status foi alcançado por dois fatores congregados: o primeiro, de natureza fisio-psicológica _ o fato de o homem ter a capacidade de reter a mensagem falada e sonora simultaneamente com a execução de outra atividade que não a especificamente receptiva; o outro, de natureza tecnológica _ a descoberta do transistor", palavras de Luiz Beltrão, em Jornalismo pela televisão e pelo rádio: perspectivas.

Outra característica que o torna popular, é o fato de não ser preciso que o ouvinte seja alfabetizado. O rádio também tem uma presença de regionalismo: "tendo menor complexidade tecnológica, permite a existência de emissoras locais", segundo Gisela Ortriwano.

Através do rádio, os fatos também podem ser transmitidos no mesmo momento que acontecem e a mensagem precisa ser recebida no instante que é transmitida. São os conceitos de imediatismo e instantaneidade, explicados por Gisela. É por isso que o rádio é o veículo de informação preferencial de setores letrados da população: graças a rapidez na transmissão e ao imediatismo.

Veja também: Rádio: uma mídia pra todos

sábado, 23 de abril de 2011

Pergunte o que precisa ser perguntado

Um dos mandamentos do repórter é: pergunte até a resposta parecer convincente e clara. Mas para isso o jornalista não precisa nem ser grosso ou brigar com o entrevistado. O professor, semana passada, deu um exemplo de como isso pode ser feito com classe.

Durante o famoso programa de entrevistas da BBC, o Newsnight, comandado por Jeremy Paxman, o então secretário de trabalho do governo de Margaret Thatcher, Michael Howard, foi perguntado nada menos que 12 vezes sobre o mesmo assunto _ até o entrevistador Paxman se sentir satisfeito com a resposta.

Veja:


terça-feira, 19 de abril de 2011

Rádio: uma mídia pra todos

O rádio “alcança 96% do território nacional, a maior cobertura entre todos os meios de comunicação do país, com público aproximado de 90 milhões de ouvintes. A televisão, vedete do meio, está presente em pouco mais de 87% do país. E não mais do que 60 milhões de telespectadores.”

Não podemos tratar um veículo com tamanha penetração como um patinho feio. O rádio é a melhor forma se você quiser atingir a maioria dos brasileiros, como fez a Coca Cola, em 2001, quando lançou uma campanha publicitária para comemorar 60 anos no Brasil.

Fazer rádio é cada vez mais barato. Aliás, o baixo custo de produção permite que exista mais de 3.600 estações em nosso território. O preço da aparelhagem e do equipamento de transmissão é relativamente barato: o meio de transmissão pode ser até um celular! Se possuir mais dinheiro sua rádio pode adquirir uma linha GSM e carros com retransmissores.

Com a Internet ficou ainda mais fácil: na grande rede sua rádio não requer nem licença do estado. E você pode fazer de casa, com equipamentos simples, que qualquer um pode ter em casa.

Por isso, não duvide: “o rádio é a mídia do futuro”, Alberto Dines, jornalista, em 2004.

Com informações de Milton Jung, autor do livro Jornalismo de Rádio (Ed. Contexto)

domingo, 17 de abril de 2011

Uerj atualiza jornalistas para cobertura de eventos esportivos

Com a proximidade da Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e das Olimpíadas de 2016, é cada vez maior o interesse em torno da cobertura jornalística de eventos esportivos.

Pensando nisso a Uerj promove o curso Jornalismo Esportivo: Teoria e Prática.

Voltado para estudantes e profissionais de jornalismo, e ministrado pelos professores Ronaldo Helal, Doutor em Sociologia pela New York University, e Marcelo Barreto, especializado pela The Michigan Journalism Fellowship Program - The University of Michigan / EUA e apresentador do SporTV, o curso será realizado de 02 a 20 de maio de 2011, às segundas-feiras, das 18h30 às 21h30.


O valor é de duas parcelas de R$ 275,00.
As inscrições devem ser feitas pela internet, no site do Cepuerj www.cepuerj.uerj.br, até o dia 27 de abril. Mais informações, envie um e-mail para cepuerj@uerj.br ou telefone (21) 2334-0639.

(Via Assessoria de Imprensa Centro de Produção da Uerj)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A dor da gente não sai no jornal

Fernando Molica

Rio - Nós, jornalistas, adoramos falar mal da nossa profissão. Reclamamos da tensão, da carga horária, dos salários, dos plantões, dos prazos. É quase impossível encontrar, num grupo de três ou quatro jornalistas, uns cinco ou seis que não estejam reclamando da vida e do trabalho (o nível de queixa chega a ultrapassar a lógica matemática). Talvez por cobrarmos tanto de tanta gente — governantes, policiais, empresários, lideranças sindicais — não conseguimos ficar sem nos queixarmos da vida que decidimos ter.

Mas a profissão tem suas vantagens. Desfrutamos de uma singular proximidade com os fatos. Bombeiros trabalham em incêndios; policiais, em locais de crimes; atores em teatros; jogadores de futebol em estádios. Nós trabalhamos em incêndios, locais de crimes, teatros, estádios, enterros, Sambódromo, Congresso Nacional, igrejas, sets de filmes pornográficos.

Essa característica acaba tornando nossa casca mais grossa. Na hora do trabalho, tendemos a não chorar em velórios, aprendemos a não comemorar gols de nossos times, a não xingar quem merece ser xingado. A necessidade de concluir nossas matérias acaba se impondo diante de alegrias e tragédias. Esta imposição nos dá um certo sentido de urgência e de utilidade. Na quinta-feira passada, diante da chacina na Escola Tasso da Silveira, cada um de nós tinha algo a fazer. Correr para o jornal, ir para Realengo, telefonar para policiais, para governantes, para entidades da sociedade civil.

Na correria, demonstramos evidente insensibilidade. Entramos onde não deveríamos entrar, falamos alto, importunamos parentes de vítimas. A preocupação com a busca de uma informação exclusiva chega a ocupar, por alguns longos momentos, o lugar da tristeza. Vigiamos sites de concorrentes, vibramos quando os superamos, esticamos o horário do fechamento. É como, se, de alguma forma, tivéssemos necessidade de retardar o momento de dar como concluído o nosso trabalho. Talvez porque, na hora em que o jornal começa a rodar, fiquemos novamente desprotegidos, expostos à barbárie como qualquer outro cidadão. Reunidos já na madrugada de sexta, sentados em torno de uma mesa de bar, sabíamos que não seria fácil dormir: havíamos acabado de perder nossa armadura profissional, o peso da tragédia se impunha sobre todos. Ter algo a fazer é essencial na hora em que tudo parece perder o sentido. Naquele dia terrível, fazer jornal nos ajudou a não sucumbir.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Respostas essenciais para o radiojornalismo

Leia as perguntas abaixo e guarde as respostas, repetindo como um mantra:

1) No rádio, quando as notícias são consumidas?
R.: Imediatamente, e serão melhores se tiverem utilidade instântanea. A procura e obtenção das informações é um processo contínuo.

2) Em que momento um programa para de ser produzido e editado?
R.: Quando sai do ar. É o que chamamos de edição em fluxo contínuo.

3) O que estabelece a ligação entre a emissora e a região para a qual ela transmite?
R.: As notícias locais. Por isso o jornalismo é um elemnto chave no relacionamento das emissoras de rádio com seu público.

***

Como você faria a cobertura de uma importante entrevista coletiva? 
Aqui não há uma resposta objetiva, espero que vocês comentem como fariam, mas eu vou dar umas dicas.

Primeiro, antes da coletiva propriamente dita, entre com informações gerais, explicando do que se trata o evento, dando as informações mais relevantes do release. Fazer isso significa marcar território, você estará dizendo ao ouvinte que sua emissora está atenta e vai, em breve, dar outras informações. Se a entrevista não for previamente marcada esqueça este ponto.

É também importante identificar se a coletiva é relevante o suficiente para transmissão ao vivo. Caso a gerência escolha pela transmissão ao vivo, é bom o repórter fazer uma introdução, identificando quem fala. Lembre-se que o rádio não tem imagem, e precisamos deixar claro quem fala.

Procure entrar no ar de tempos em tempos, informando o ouvinte sobre o que acontece na entrevista coletiva. Não hesite: informação importante transmita sempre, o mais rápido possível!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A informação no rádio

Ontem o professor propôs uma atividade prática aos alunos: redigir ou uma reportagem para rádio, ou um boletim, ou um flash, ou uma edição extraordinária _ pra ser entregue na próxima aula. Além dessas, existem outras formas de classificar as transmissões informativas.

Mas, afinal, o que significa cada um desses conceitos?

Seguindo a ordem da autora Gisela Ortriwano, vamos começar pelo flash.

Flash
O flash ‘é um acontecimento importante que deve ser divulgado imediatamente em função de sua oportunidade. Esse tipo de entrada, por definição, se dá ao vivo’. Para um flash bem feito, o repórter precisa indicar marcas de tempo e espaço. Por exemplo: aqui, neste momento acontece, há pouco, hoje, amanhã.... Tanto melhor será o flash, quanto mais o repórter se aproveitar do imediatismo do rádio.

Edição extraordinária
Segundo Gisela, a ‘edição extraordinária também se refere a acontecimentos importantes, cuja divulgação é oportuna, interrompendo qualquer programa’ _ a notícia não pode esperar o próximo horário. É este o ponto mais importante do chamado breaking news. Na edição extraordinária a informação dada costuma ser preliminar, o repórter ainda não tem muitas informações. É a mesma lógica usada pela agência de notícias: o jornalista divulga a informação mais importante primeiro e vai apurando.

No livro Jornalismo de Rádio, Milton Jung, apresentador do jornal da CBN, dá um ótimo exemplo do que é uma edição extraordinária (ou plantão).

São 9 horas e 56 minutos.Um avião bateu nas torres do World Trade Center, há poucos instantes, em Nova York. O prédio está pegando fogo. De acordo com informações de uma testemunha ocular, teria sido um Boeing 737, mas esta informação ainda não foi, oficialmente, confirmada. Daqui a pouco, traremos outras informações sobre este acidente: um avião bate em uma das torres do World Trade Center, em Nova York.

Boletim
O boletim, também chamado de síntese noticiosa, é um ‘noticiário apresentado com horário e duração determinados, com característica musical de abertura e encerramento, texto elaborado e montagem dos assuntos a serem tratados, que podem abranger tanto o noticiário local como nacional e internacional.’ Nada melhor que um exemplo pra gente entender melhor o que é:


Existem outras formas de classificar as transmissões informativas, segundo Gisela:
Especial: programa que analisa um determinado assunto, seja por sua grande importância e atualidade, seja por seu interesse histórico. Pressupõe pesquisa aprofundada sobre o tema.
Jornal (alguns chamam de radiojornal): é o tradicional ‘jornal falado’ das emissoras, que tem por função cobrir o último período informativo entre uma emissão da espécie e outra.
Informativo especial: informações sobre fatos de um mesmo campo de atividade, em que apenas interessam as notícias referentes àquele setor. O caso mais comum é o dos noticiários esportivos.

domingo, 10 de abril de 2011

Orientações gerais para um repórter

Ano passado eu fiz um guia com dicas pra repórteres iniciantes, estudantes de radiojornalismo como eu -inclusive esse trabalho deu origem a este blog.

 Agora eu vou destacar umas orientações gerais, pra gente não se perder quando sai em busca de resposta pra nossa pauta.

Orientações para um repórter
1) Antes de sair para o cumprimento de uma pauta, o repórter precisa testar o gravador. Sempre levando pilhas adicionais.
2) O repórter não pode confiar apenas em sua memória, deve anotar o que vê e ouve.
3) Um bom repórter tem grande capacidade de observação, habilidade de comunicação, sensibilidade, criatividade e uma sólida formação intelectual.
4) O repórter precisa saber o que quer contar para o ouvinte. Assim, deve saber se precisa, por exemplo, apresentar números, encontrar personagens, apresentar uma perspectiva histórica ou levantar diferentes pontos de vista sobre o assunto
5) Nem sempre será preciso utilizar números para comprovar a tese. O jornalista pode partir de algo específico, mais restrito, que pode representar bem o que se procura comprovar. Muitas vezes, mais vale um bom caso específico que uma pesquisa oficial. 
6) O jornalista precisa estudar suas fontes antes da entrevista, saber com o que cada um pode contribuir para a matéria. 
7) As perguntas devem ser abertas (Por quê? Como? O quê?). Assim, a sonora que você gravar terá começo, meio e fim - o raciocínio completo do entrevistado. Perguntas fechadas geram respostas lacônicas, não raro limitadas a "sim" ou "não", o que dificulta a edição.
8) O repórter deve saber o que perguntar a cada fonte, deve pesquisar seu entrevistado para não cair no óbvio durante a entrevista e torná-la mais produtiva.
9) Confira os nomes próprios, peça ao entrevistado que soletre e informe-se sobre a forma correta de pronunciar o nome.
10) O repórter deve sempre preparar antecipadamente as perguntas que irá fazer, e elas devem ser claras, diretas e curtas.
11) O bom repórter não se limita ao roteiro original. As respostas devem suscitar novas perguntas, e o repórter precisa estar atento para pedir que o entrevistado esclareça dúvidas, dê exemplos ou explique melhor suas declarações. Caso ele fuja da pergunta, o repórter deve refazê-la. E se ele se ofender, não adianta bater boca. Basta fazer uma nova pergunta.
12) Permita que o entrevistado conclua o raciocínio sem interrompê-lo com interjeições, elas atrapalham na edição da entrevista.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Dicas de português: os usos da vírgula.

O professor Dílson Catarino escreveu um artigo especial para o Fovest Online desvendando um dos maiores mistérios da língua portuguesa: o uso da vírgula.

Esse é um dos maiores problemas dos escritores em geral, sejam jornalistas, estudantes, professores, ou seja, qualquer cidadão, ao escrever um texto, depara com a dúvida: devo ou não pôr vírgula em tal parte do texto?


Ah, não é só o repórter do impresso que precisa saber usar bem essa pontuação. O de rádio também precisa! Não é só porque o texto do radiojornalista não vai ser lido pelo público que ele pode se dar ao luxo de cometer certos erros.

A boa pontuação concorre para a boa locução, principalmente nos casos em que um texto é redigido por um profissional e lido por outro.


#ficadica

terça-feira, 5 de abril de 2011

Repórteres do Grupo Folha são demitidos por uso indevido do Twitter

Na última quarta-feira, após o anúncio da morte do ex-vice-presidente José Alencar, dois repórteres do Grupo Folha travaram um diálogo no Twitter que lhes custaram o emprego:

Repórter do Agora SP, Carol Rocha (@CarolinaRocha)

Editor-assistente de política da Folha, Alec Duarte (@alecduarte)


(O erro gravíssimo a que se refere Alec Duarte é a publicação da morte do ex-senador Romeu Tuma, que embora estivesse hospitalizado ainda não tinha morrido.)

Além de revelar o que todo mundo já sabia, mas ninguém gosta de falar _que há obituários prontos na redação muito antes da morte da personalidade_ a conversa levantou outra discussão.

Os perfis dos jornalistas nas redes sociais, como o Twitter ou Facebook, podem ser consideradas apenas pessoais? Eles podem publicar em suas contas o que quiserem?

Para a Ombudsman da Folha de S. Paulo, Suzana Singer, não: 
"Jornalista não pode declarar voto político, xingar artistas, amaldiçoar o time de futebol rival, bater boca com leitores, expressar preconceito nem tentar obter vantagem pessoal. É muito limitante, mas o repórter precisa considerar que amanhã poderá ser cobrado por uma opinião 'inocente'", comentou a ombudsman em sua coluna nesse domingo. Singer ainda completou: "O repórter é seguido, curtido, recomendado, também como um representante do lugar em que trabalha".

A chefia de reportagem da Folha já havia comunicado, em 2009, que os repórteres do jornal deveriam seguir o projeto editorial também em seus perfis sociais. Isso significa que não devem ser revelados na rede os bastidores da redação, os offs, as reportagens exclusivas em apuração, as fontes... Outros veículos chegaram a proibir o uso do Twitter, para evitar constrangimentos.

Veja aqui alguns tuítes que derrubaram jornalistas.

Em contrapartida, restringir o uso das redes sociais aos repórteres significa censura à liberdade de expressão?

A jornalista demitida Carol Rocha pensa que sim:
"Um jornal que zela tanto pela liberdade de expressão, que diz não admitir qualquer tipo de censura, praticar a mesma censura contra seus funcionários é hipocrisia. Me lembro que o manual de redação diz alguma coisa como 'somos abertos a críticas'. Sério? Não conheço ninguém que tenha criticado a Folha e não tenha sofrido represália", publicou a jornalista em seu blog pessoal.

Mas, e você, o que acha? É legítimo a orientação por parte das chefia ou o repórter do veículo pode usar como bem entender o seu perfil na rede social?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Livros pra jornalista ler

Desde sempre a gente escuta que só escreve bem quem lê muito. O jornalista tem que escrever bem, é o nosso ganha pão! Vou passar pra vocês uma lista, de 2007, com um monte de livros legais pra jornalistas. Os bons livros nunca caducam.

As dicas vieram do site do programa de treinamento do jornal paulistano Folha de S. Paulo.

Entre dezenas de títulos eu destaco três:
"A arte de escrever bem", da Dad Squarisi e da Arlete Salvador

"A arte de fazer um jornal diário", do jornalista Ricardo Noblat


"A Regra do Jogo", de Claudio Abramo.




domingo, 3 de abril de 2011

A obrigatoriedade da 'Voz do Brasil'

Qual é a diferença entre a rede pública, estatal e comercial? Parece claro que a rede comercial de comunicação tem por objetivo o lucro. Mas e a diferença entre público e estatal?

Tentar achar essa distinção é coisa de brasileiro. Na verdade, por definição, tudo que é estatal é público, e por isso não deveria haver diferença entre público e estatal. Acontece que no Brasil entendemos a rede estatal como sendo dirigida e controlada pelo governo, de chapa branca. Já a rede pública seria controlada pela sociedade. Em suma, a rede estatal serviria aos interesses do governo – ou do governante – e a rede pública serviria aos interesses do cidadão.

Falo isso porque na última aula a gente fugiu do tema proposto pra cair em outro muito interessante: a obrigatoriedade da Voz do Brasil.

A Voz do Brasil surgiu durante a ditadura do Estado Novo, de Getúlio Vargas, em 1935. A partir de então, todas as emissoras do país deveriam retransmitir o programa, que é a mais antiga atração do rádio brasileiro a se manter no ar sem interrupções.

No argumento de alguns a favor da obrigatoriedade da ‘Voz’ está o fato de que o noticiário oficial seria fundamental nos rincões do Brasil, um país-continente. Seria uma forma de democratizar a informação a todos os cidadãos. Porém, o texto falado pelo programa é inacessível ao brasileiro médio, principalmente àqueles habitantes do interior.

Em 1935, quando a 'Voz' do Brasil foi criada, ainda havia razão de o programa ser transmitido às 19 horas. Naquela época não havia televisores e as famílias se reuniam ao redor do rádio para se entreter, como nós fazemos hoje com o Jornal Nacional. Há muito tempo o horário nobre do rádio deixou de ser 19 horas, não faz mais sentido essa obrigação.

Para Eugênio Bucci, jornalista, professor da USP e ex-presidente da extinta Radiobrás, o verdadeiro motivo para o governo ainda ser a favor da obrigatoriedade de transmissão da Voz é que “a maioria dos parlamentares, da Câmara e do Senado, gosta de aparecer no noticiário chapa branca de suas respectivas casas legislativas. Acreditam que A Voz do Brasil é uma boa promoção pessoal e, melhor ainda, sem custo (para eles)”. Para não brigar com suas bases parlamentares o Governo deixaria tudo como está.

Para Bucci, “a convicção brasileira é de que a comunicação pública é sempre, de modo disfarçado ou mais escancarado, um modo de martelar doutrinas e opiniões sobre a consciência dos cidadãos”. O jornalista ainda completa categoricamente: “a comunicação pública nada mais é do que propaganda política.”

O cidadão tem o direito constitucional à informação, em vez disso, ao ser obrigatória, a Voz chega ao ouvinte com sua credibilidade corroída. Para Eugênio Bucci, o programa poderia despertar um interesse legítimo tanto em ouvintes quanto as emissoras se estivesse livre desse caráter compulsório. Mais, “poderia disputar a audiência em termos saudáveis e fazer diferença pela substância das reportagens que fosse capaz de por no ar”, acredita Bucci.

Sendo objetiva e fazendo bom jornalismo, a Voz também ajudaria a combater, de forma mais eficaz, o monopólio da mídia comercial – outro argumento dos favoráveis a obrigação de transmissão do programa.

Eugênio Bucci ainda enumera mais um motivo para a não obrigatoriedade da Voz do Brasil: “A comunicação pública não é nem poderia ser impositiva. A comunicação pública deve ser pautada por aquilo que o cidadão tem o direito de saber, e não por aquilo que as autoridades têm o interesse (eleitoral) em alardear”.


Veja mais:
Amordaçada pela obrigatoriedade, artigo de Eugênio Bucci para o Observatório da Imprensa

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Jornalistas no Cinema

Hoje é sexta-feira, viva!

Para aqueles que gostam sempre de ver filmes no fim de semana, faço uma lista de longas sobre jornalistas ou sobre o próprio jornalimo. Ah, com a ajuda do Novo em Folha.

O primeiro da lista é O Solista, com Robert Downey Jr. e Jamie Foxx. O filme é baseado na história real do prodígio musical Nathaniel Ayers, que desenvolveu esquizofrenia na famosa escola de artes Juilliard, de Nova York. Nathaniel foi descoberto nas ruas de Los Angeles pelo jornalista Steve Lopez, que escreveu o livro homônimo sobre a vida do artista.

Outra dica é o famoso A Montanha dos Sete Abutres, com Kirk Douglas. Também tem o bom Boa Noite, Boa Sorte, trama que traz a história do jornalista da CBS Edward R. Murrow e sua crítica ao senador McCarthy (macartismo)durante a Guerra Fria. O filme mostra, sobretudo, que a postura ética no jornalismo é capaz de combater os mais nebulosos interesses políticos e empresariais.

Frost/Nixon também é bem legal. A história do filme começa quando uma série de novos documentos provam a participação de Richard Nixon no Escândalo de Watergate e o levam ao discurso de renúncia da Presidência dos Estados Unidos em 1974.

Claro, Cidadão Kane, de Orson Welles, está na lista.

Mostrando os jornalistas como anti-éticos, na luta pela informação, indico A Estranha Perfeita. De 2006, com Leonardo DiCaprio, o bom Diamante de Sangue, que conta a guerra civil em Serra Leone. O roteiro une uma jornalista, um mercenário e um africano local em busca de seus objetivos.

Para fechar a lista por hoje, não poderia faltar o Superman, qualquer versão. Por motivos óbvios.

Classificado de estágio

Marketing e Tecnologia
Empresa de Marketing e Tecnologia contrata estagiário para criar textos para newsletter, gerar conteúdos para mídias sociais, criar release para canais de relacionamento e elaborar textos informativos.
Para estudantes a partir do 5° período de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo.
Bolsa: R$ 700 + VT.
É importante o candidato ter afinidade com mídias sociais, internet, ser apaixonado pela área de formação e ter bom nível de inglês.
Interessados enviar CV para o e-mail:cv@solutaris.net, com o assunto: Estagiário de Comunicação (Jornalismo).