quinta-feira, 31 de março de 2011

É tudo improviso

No rádio é muito comum o improviso durante a programação. Frequentemente os apresentadores são obrigados a falar sem roteiro por minutos, sobre os mais variados assuntos. A maioria dos programas de rádio são apresentados ao vivo.

Pensando nisso, o Sistema Globo de Rádio fez, há alguns anos, uma dinâmica em que os candidatos a vaga de estágio deveriam improvisar sobre um assunto que estava nos jornais. Um assunto do cotidiano, mas que ninguém sabia qual era antes da prova!

Falar no microfone já é difícil, de improviso fica pior ainda. Mas existem algumas técnicas para se sair bem.

Primeiro, faça a obrigação de todo repórter: leia jornais todos os dias. Aliás, leia o máximo que puder todos os dias. Fica muito mais fácil falar sobre o que você conhece. E assim também vai poder incrementar seu improviso com opiniões de outras pessoas, como os colunistas dos diários.

Não se preocupe em fazer um texto de cabeça. Tente contar a notícia, como se estivesse conversando com um amigo. Claro, sem cometer erros de português e nem usar linguagem vulgar. Os especialistas dizem que a naturalidade pode ser considerada a melhor regra da boa comunicação.

Outra boa dica é falar sempre com energia, entusiasmo e emoção. Se nós não demonstrarmos interesse e envolvimento pelo assunto que estamos abordando, como é que os ouvintes vão se interessar?

Lembre-se: a habilidade de improvisar vem com o treino e se desenvolve com o tempo e com a experiência de cada um. Então é bom aproveitar que estamos na faculdade para usar as armas que temos e treinar.

terça-feira, 29 de março de 2011

Radiojornalismo na era multimídia

Em uma enquete rápida feita com alunos de jornalismo para saber que área querem seguir, pode ter certeza: poucos escolherão o radiojornalismo. Talvez por pensar que o rádio é um meio velho, prestes a ser liquidado dentro do atual contexto multimídia.

No entanto, quem pensa assim se engana!

Durante a aula, o professor Eduardo Compan indicou um texto do jornalista Eduardo Meditsch e defendeu, assim como o autor, que o rádio não acabará tão cedo.

(...) A utilidade deste tipo de serviço não está e nem será superada tão cedo em nossa civilização. Cada vez mais, as pessoas vão precisar ser informadas em tempo real a respeito do que está acontecendo, no lugar em que se encontrem, sem paralisar as suas demais atividades ou monopolizar a sua atenção para receber esta informação.”


Quando fiz a prova para esta monitoria, há duas semanas, outra questão sobre o texto do Meditsch apareceu. Reproduzo aqui a questão para vocês:

No artigo “O ensino de radiojornalismo em tempos de internet”, Eduardo Meditsch diz que quem domina a linguagem do rádio se adapta muito mais facilmente tanto à expressão audiovisual quanto ao texto utilizado na internet. Que características do radiojornalismo fundamentam essa afirmação?

A resposta está além da necessidade de escrever com clareza, de modo direto, objetivo e simples _Todo jornalista deve ser claro e objetivo!

Meditsch resume as características de adaptação em apenas um parágrafo:

Existe uma série de boas razões para se levar a sério o ensino de radiojornalismo _tal e qual é ratificado no velho e bom rádio_ nesses tempos de internet. A primeira delas, é que o ensino da disciplina não prepara apenas para trabalhar no veículo rádio: quem sai dominando a linguagem do veículo se adapta muito mais facilmente tanto à expressão audiovisual quanto ao texto utilizado na internet. E os grandes sites de notícias já estão copiando das redações de radiojornalismo o seu modo de produção _desde o serviço de radioescuta até a edição em fluxo contínuo_ porque ninguém como o rádio tinha antes know-how de trabalhar com informações jornalísticas em tempo real. A explicação é simples: o rádio, contra a ideia dominante no senso comum, é um veículo da era eletrônica, sua era não está no passado, sua era é a de todos os meios eletrônicos, ele apenas foi o que surgiu antes.

Classificado de estágio

Repórter do Guia de Niterói
Procura-se Repórter. Para fazer matérias especiais, cobertura de eventos, entrevistas com artistas e personalidades da cidade, etc.
Diferenciais: Estar estudando jornalismo, já ter trabalhado com vídeos e ter noções de edição de vídeos. Morar em Niterói
Currículos aqui: http://www.guiadeniteroi.com/paginas/procura-se-reporter


Assessoria de comunicação da CVM – Comissão de Valores Mobiliários
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) oferece estágio de 6 horas (de 9h às 15h), com preferência para alunos do 4º e 5º períodos.
Valor da Bolsa: R$520 + auxílio transporte.
O estagiário deve ter interesse por Economia, aptidão com produção de texto, iniciativa para agilizar, solução de problemas, senso de organização e Inglês avançado.
Os interessados devem mandar currículo o mais rápido possível para imprensa@cvm.gov.br ou entrar em contato pelo telefone 3554-8478 e procurar Paloma.

segunda-feira, 28 de março de 2011

A diferença entre off-the-record e not for atribution

Muitas vezes a gente fica na dúvida sobre como lidar com as declarações da fonte, ainda mais quando ela é dada em off. Afinal, o que é isso? Na última aula o professor deu umas dicas para os alunos e explicou o que significa o off para os jornalistas brasileiros, e a diferença entre off-the-record e not for atribution.


O jornalista deve encarar a declaração em off como um indicativo, uma pista que determinada fonte dá para que o repórter avalie se uma matéria vale a pena. O off ainda pode significar uma confirmação ou complementação de uma apuração em andamento.

Sobre o off, o jornalista Luiz Cláudio Cunha lembra que “o off da fonte é sempre preservado quando está em jogo a segurança da informação, a integridade da fonte, o interesse da sociedade”.

Mas, e a diferença entre off-the-record e not for atribution?

Aqui no Brasil esses conceitos relacionados a fonte se misturam, mas no exterior a diferença é clara. Uma declaração off-the-record significa confidência total: ela não deve ser publicada. Já o conceito not for atribution significa a não divulgação da fonte, porém a informação está liberada.

Ainda há a declaração on the Record. Nessa não hesite: se a informação for relevante você deve publicá-la e com atribuição direta.

domingo, 27 de março de 2011

O que significa sobe som?

Sobe som é um recurso usado para transportar o ouvinte para o cenário da notícia, aquele som captado no momento de uma ação. Por exemplo: gritos de palavras de ordem num protesto, tiros no confronto da polícia com traficantes, buzinas num cruzamento, o ruído da passagem de um avião ou da chegada de um ônibus ao ponto final.

No rádio, o repórter deve utilizar a música e os efeitos para explorar a sugestão, criando imagens na mente do ouvinte. O uso do chamado “sobe som” é apenas mais um dos modos para criá-las.

Para utilizar esse artifício, o repórter precisa escolher uma música ou efeito sonoro que traga uma informação complementar, dizer o que não está claro no texto. O jornalista precisa indicar, no roteiro, alterações no volume e a função da trilha sonora.

Use expressões como: sobe, o volume deve aumentar; desce, o volume deve diminuir; BG, volume da música baixo e em background, no fundo de uma fala; corta, o som deve deixar de ser transmitido.

Veja este exemplo, de uma reportagem produzida por Manuela Mayrink, Gabriel Fricke, Carolina Araújo e Marcos Oliveira. 


No ar: Sobe Som Online

Sobe Som: Um Guia Para Produção de Reportagens Especiais de Rádio surgiu de uma ideia do professor Eduardo Compan. Criado para conclusão do projeto de monitor da disciplina de radiojornalismo na UFF, em 2010, parecia lógico fazer do guia um blog. Mas até o palpite do professor de fotografia Dante Gastaldoni ninguém havia pensado nisso antes. Agora, surge o Sobe Som Online.

Este guia tem na chefia o professor Eduardo Compan e pretende auxiliar os estudantes de radiojornalismo.