quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Talk show com Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg

Vale pra todo mundo o convite feito pela gerente de jornalismo da CBN, Mariza Tavares.


A rádio que toca notícia. O slogan que até hoje acompanha a CBN traduz um conceito que, antes da criação da emissora, em 1º. de outubro de 1991, não existia no Brasil. Informação isenta, com espaço para a pluralidade de opiniões e a análise crítica do que está por trás dos fatos – este sempre foi e continua sendo o compromisso da CBN com seus ouvintes e internautas. Para comemorar esses 20 anos de trajetória, a CBN preparou programas e talk shows com plateia em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Brasília e em Belo Horizonte. Esta é a atração especial do Rio, na próxima segunda, dia 3. Eu ficaria muito feliz de ver você lá.

Dia 3/10, segunda, das 20h às 21h – talk show com Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, com mediação de Carolina Morand: “Um balanço dos últimos 20 anos da economia brasileira e os desafios para os próximos 20”. Os ingressos poderão ser retirados a partir das 15h na bilheteria do teatro.

Local: Teatro Oi Casa Grande – Avenida Afrânio de Mello Franco 290 (ao lado do Shopping Leblon)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Os entrevistados que ficam de fora

Você encontra um especialista muito fera na área de sua cobertura. Um acadêmico que é referência, ou um agente público importante, alguém com muita experiência prática etc.

Encontra o telefone da pessoa, explica sobre o que é a pauta e pergunta se ela pode ceder uns minutos do dia para uma entrevista.

Ela aceita, vocês marcam um horário, a conversa – principalmente em pautas mais aprofundadas – toma um belo tempo do dia dela.

No dia que você disse a ela que a reportagem seria publicada, ela compra o jornal, na expectativa de ver todas aquelas informações que te passou recheando seu texto. Na maioria das vezes, encontra apenas uma frase e sente-se frustrada. Às vezes, nem isso: ela não foi nem sequer citada.

Essa é uma das situações mais comuns em jornalismo. As fontes mais requisitadas, que conhecem melhor o processo de produção de um jornal, sabem que isso é comum e não se importam. Mas aqueles mais reservados, que falam menos com a imprensa, muitas vezes ficam chateados, achando que perderam tempo ao falar tanta coisa boa pr'aquele jornalista.

Por que acontece isso?

Primeiro, porque o espaço no jornal é muito limitado. Às vezes temos que tratar de temas espinhosos, complexos, que mais mereceriam uma tese acadêmica, e condensá-los ao máximo, da forma mais concisa possível, em 40 cm de texto (o que já é considerado um texto "grande" na Folha). Pra se ter uma ideia de como não é NADA, 40 cm equivale a 2.700 caracteres, com espaços, na medição do Word.

Segundo, porque, para fazer uma matéria realmente aprofundada, precisamos ouvir MUITA gente. Precisamos de nos cercar, para ter certeza de que não estamos falando bobagem. E aí, realmente, não cabe todo mundo – senão o texto vira um amontoado de aspas, que não tem fluidez nenhuma, não dá nenhum prazer de ler.

Por isso, quando vocês deixarem um bom entrevistado de fora, vocês podem ter a delicadeza de explicar a ele, depois, que, durante a edição do texto (na maioria das vezes nem feita por você, mas pelo redator ou editor), a informação que ele passou teve que ser cortada. Mas – o que é o mais importante –, sem aquela informação você não teria conseguido embasamento suficiente para fazer aquela matéria.

O entrevistado que fica de fora é tão importante quanto o que entra. E as informações que ele passou estão em cada entrelinha do texto.

(Ctrl C + Crtl V do blog Novo em Folha)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Sem Vergonha

Direto do blog Desilusões Perdidas

Repórter não pode ter vergonha de fuçar no dicionário quando tem dúvida. De admitir que é leigo num monte de assunto. De confessar ao entrevistado que não entendeu a resposta. De não ser um intelectual.

Não pode ter vergonha de ter medo. De errar. De pedir desculpas. De tomar furo.

Repórter não pode ter vergonha de fazer pergunta em coletiva. De soltar a voz na rádio. De meter as caras na TV. De entrar onde não foi chamado. De ligar 10 vezes pra fonte que não dá retorno.

Não pode ter vergonha de cobrir buraco na rua. De fazer notinha de rodapé.

Repórter não pode ter vergonha de chorar aumento de salário pro chefe. De implorar frilas pros amigos. De revelar pra namorada o saldo de sua conta bancária. De matar a fome na boca-livre.

Não pode ter vergonha de um dia ainda ser assessor de imprensa.

Repórter não pode ter vergonha de se emocionar na cobertura de uma tragédia. De dizer pra que time torce. De soltar um “puta que pariu” no meio da redação se estiver estressado. De carregar bloquinho e caneta até quando sai com os amigos.

Repórter não pode ter vergonha de ser repórter.